A saída do tucano Bruno Araújo do Ministério das Cidades abre caminho para a reforma ministerial que o presidente da República prepara para os próximos dias. A decisão do jovem deputado pernambucano apenas facilitou o trabalho de Michel Temer. Partidos aliados já disseram que nada votarão se não houver uma redistribuição de cargos. Essa pasta é o filé da Esplanada, cobiçada pelo PMDB e pelo PP. No Ministério das Cidades estão concentrados programas de impacto junto ao eleitor, como o Minha Casa, Minha Vida e convênios com municípios. A equação perfeita para quem quer usar a máquina do governo na disputa eleitoral. Engolido pelas idiossincrasias do próprio partido, preocupado com a campanha à reeleição, Bruno pediu o chapéu. E não é a primeira vez que faz isso. Quando veio a delação de Joesley Batista, ele já havia ameaçado sair. Agora, os tucanos que permanecerem na Esplanada serão identificados como integrantes do grupo de Aécio Neves. Com esse início de desembarque do PSDB, Temer se torna cada vez mais refém do chamado Centrão, grupo liderado pela ala mais fisiológica da Câmara.
PISANDO EM OVOS
O Planalto não quer afrontar a Câmara na edição de pontos que corrigem algumas distorções da reforma trabalhista. Tudo está sendo negociado para evitar conflitos, apesar dos compromissos assumidos com o Senado.
DEPARTAMENTO MÉDICO
O deputado Giovani Cherini (PR-RS) realiza hoje um procedimento no Hospital São Lucas da PUC para a retirada de um cateter, que foi colocado para ajudar na quimioterapia. Para Cherini, a retirada é um bom sinal de que está tudo bem. O parlamentar passou por um tratamento contra o câncer na garganta e está curado.
FALOU DEMAIS
Relator da CPMI da JBS, Carlos Marun (PMDB-MS) quer uma investigação "rigorosa" do vazamento de áudio da sessão secreta com o delator Francisco de Assis e Silva. No áudio, Marun fala que Temer quase renunciou após vir a público a gravação com Joesley Batista. Por meio de nota, o deputado afirmou que nunca viu nenhuma sugestão de carta de renúncia, elaborada por quem quer que seja.
Colaborou Silvana Pires