As cabines telefônicas de Londres estão ganhando nova utilidade. Com o pouco uso dos telefones públicos, pelo número crescente de celulares, grande parte delas foi colocada à venda. Pequenos empresários estão achando usos criativos para o objeto que foi eleito como o design mais significativo da Inglaterra.
Na foto acima, a cabine, que fica no bairro de Hampstead, foi transformada em um café. Outras pela cidade foram reformadas e hoje funcionam como lojas de suvenires, centro de carregamento de baterias, biblioteca de rua e ponto de troca de livros.
Quem se interessar pelas cabines ainda tem chances de comprá-las em leilões e em sites de revenda. O preço varia entre 2 mil e 10 mil libras (entre R$ 10 mil e R$ 50 mil, aproximadamente), dependendo da reforma pela qual a peça passou. E há compradores em todo o mundo. As cabines já foram enviadas para Abu Dhabi, Suíça e Estados Unidos.
> Sir Giles Gilbert Scott criou o modelo mais famoso da cabine nos anos 1920. Designer e arquiteto, também foi responsável por outros ícones londrinos, como a Estação de Força de Battersea – capa do disco Animals, do Pink Floyd – e a Estação Bankside, hoje o museu Tate Modern.
> Sir Scott manteve a grife da família em Londres. O avô dele projetou o memorial para o príncipe Albert, em frente ao Royal Albert Hall.
BOLA ROLANDO
O príncipe William anda decepcionado com os resultados da Premier League. O seu time do coração, o Aston Villa, da cidade de Birmingham, acaba de ser rebaixado. A lenda urbana é que William torce para o Villa por influência de um mordomo. O Duque de Cambridge escolheu o Aston Villa porque seus colegas de escola torciam, na maioria, para o Chelsea e o Manchester United. Já ele acreditava que escolhendo um time fora da elite, no meio da tabela, teria mais emoções. Mas não esperava por essa...
William é presidente da Associação de Futebol Inglesa.
FAMA ENTERRADA
A cidade de Leicester, a 140 quilômetros de Londres, anda badalada. O motivo é o desempenho do Leicester City no Campeonato Inglês. O time, atual líder da Premier League, é considerado de segundo escalão, mas tem grandes chances de superar as milionárias equipes de Londres. Mas Leicester hospeda um morador ainda mais ilustre – só que morto há mais de 500 anos. É na catedral da cidade que estão os restos mortais de Ricardo III. Morto em batalha em 1495, ele nunca havia sido propriamente enterrado. Até que, em 2012, cientistas localizaram o esqueleto numa escavação em um estacionamento. Após exame de DNA e a confirmação, no ano passado foi realizado um enterro com pompas. As homenagens duraram cinco dias.
A COMIDA DOS DEUSES
Aspargo é assunto sério na Inglaterra. Neste sábado, Dia de São Jorge, começa oficialmente a colheita no país. Os ingleses são orgulhosos do cultivo do legume em solo próprio pela qualidade e também por se darem bem na eterna concorrência com os franceses. Se o aspargo roxo é famoso na primavera francesa e o branco na Alemanha e na Holanda, o verde faz a fama no Reino. Tanto que há um Festival do Aspargo no país.
A colheita inglesa ganha até manchete de jornais, informando sobre a expectativa de quando os primeiros exemplares frescos e de grande qualidade vão chegar ao mercado. Por causa do frio atípico dos últimos dois meses, a representante da Associação Britânica de Aspargos contou à coluna que os melhores espécimes podem atrasar nesta temporada, chegando ao público somente no início de maio. Há registros de consumo de aspargos datando da Roma Antiga – considerado iguaria, era chamado de "o legume dos deuses". Na Inglaterra, a produção ganhou força no reinado de Henrique VIII (de 1509 a 1547).
> A melhor dica de preparo é aferventado (rapidamente, para não perder o sabor crocante) com molho holandês ou grelhado com um pouco de sal e limão. Não se esqueça de tirar de três a quatro centímetros do caule.
> Ah! E para quem ainda não acreditou como o assunto é levado a sério, Olivia Bennett, da Associação Britânica de Aspargos me conta:
– Na temporada passada, 3.224.000 aspargos foram vendidos em diferentes pontos de comércio.