Em longa reunião do conselho gestor do SOS Enchentes, que administra os recursos arrecadados pelo número de Pix oficial do governo do Estado, ficou clara a posição da maioria: o dinheiro precisa estar nas mãos das pessoas. Até agora, foram recebidos cerca de R$ 72 milhões.
O conselho inclui órgãos do governo e entidades privadas. O planejamento inicial era cadastrar pessoas e distribuir os recursos quando houvesse alguma normalidade, mas a excepcionalidade do desastre climático mudou os planos, disse à coluna o secretário da Casa Civil, Artur Lemos. Além disso, a demora provocou uma onda de fake news – de que o dinheiro iria para os cofres do Estado – e cobrança de agilidade.
— Amanhã (quinta, 8), faremos nova rodada para definir os critérios e o calendário – disse Lemos.
No ano passado, foram distribuídos R$ 5.517.500 para 2.327 pessoas Os detalhes estão em sosenchentes.rs.gov.br. Lemos relata que foi feito um trabalho cuidadoso, com apoio da Central Única das Favelas (Cufa), da Fundação Marcopolo e do Instituto Elizabetha Randon
Foram mapeamos as necessidades das pessoas, como manicures, borracheiros, que não tinham como garantir a sobrevivência.
Como a intenção era usar os recursos da mesma forma neste ano, já que doações têm atendido as necessidades de abrigo e alimentação na fase de emergência, até agora as doações ao Pix oficial não foram usadas. Desta vez, diz Lemos, as necessidades de reconstrução serão muito maiores do que as de 2023, quando a tragédia foi mais localizada.
– No ano passado, muitas pessoas perderam tudo dentro de casa, desta vez muitas perderam a casa.
O secretário lembra que a decisão de criar uma chave Pix surgiu depois da enchente de setembro do ano passado, que atingiu com maior intensidade o Vale do Taquari. Assim como surgiram iniciativas de doação e voluntariado, apareceram tentativas de fraude, com contribuições que nunca foram entregues.
Para não submeter esses recursos à burocracia que amarra os recursos do Estado, a solução foi criar uma conta vinculada à Associação dos Bancos Públicos do Estado, formada por Banrisul, BRDE e Badesul, presidida por Irany Sant'Anna, diretor do Banrisul.
Onde verificar a prestação de contas das aplicações do SOS Enchentes
A lista dos integrantes do comitê gestor dos recursos da SOS Enchentes
Setor público
- Gabinete do Governador
- Gabinete do Vice-Governador
- Procuradoria-Geral do Estado
- Secretaria de Desenvolvimento Econômico
- Casa Militar
- Secretaria de Logística e Transportes
- Secretaria do Desenvolvimento Social
- Secretaria da Habitação e Regularização Fundiária
Setor privado
- Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul
- Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs)
- Central Única das Favelas (Cufa)
- Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL-RS)
- Federação das Indústrias do Estado (Fiergs)
- Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio)
- Fundação Marcopolo
- Instituto Elisabetha Randon
- Lions Club
- Rotary Club
- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS)
PARA LEMBRAR: na urgência dos próximos dias e para a reconstrução nos seguintes, será necessária toda a ajuda disponível e mobilizável, por menor que seja. Se for grande, melhor ainda. Se puder, por favor, contribua. Saiba como clicando aqui