
Depois de um ano de transição, em janeiro de 2023 o Grupo São Pietro Saúde assume integralmente as operações do Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre, maior centro de oftalmologia da Região Sul.
O acordo com a rede italiana Verzeri passou por duas autorizações do Papa - literalmente, porque a instituição é da congregação católica Filhas do Sagrado Coração de Jesus, fundada por Teresa Verzeri. Um dos compromissos da nova gestão é manter o atendimento ao SUS.
Outro é manter todos os atuais funcionários. O hospital fundado há 66 anos já está em obras, que, incluindo novos equipamentos, representarão investimento de R$ 12 milhões. Boa parte será aplicada na área de atendimento do SUS, que tem amplo espaço. Ainda está previsto no Banco de Olhos um polo de ensino para qualificar pessoas, com um centro de simulações em oftalmologia, incluindo cirurgia.
— Depois, devemos fazer mais investimentos, agora estamos trocando a asa do avião em pleno voo — diz o médico urologista Luciano Zuffo, um dos sócios.
Para preparar a integração com a comunidade em nova área de atuação na Capital, o São Pietro assinou contrato com o Parque Germânia, vizinho do Banco de Olhos, no qual se responsabiliza pelos eventos de saúde que ocorrerem no local, assim como a manutenção da pista de corrida de 2,6 mil metros.
O São Pietro foi criado em 2011 por Zuffo e pelo administrador Daniel Giaccheri. Os dois se conheceram em um churrasco em São Paulo, poucos meses antes da instalação em Porto Alegre. Na época, o urologista nascido em Espumoso trabalhava na capital paulista. Na conversa com Giaccheri, ambos viram uma oportunidade na qualidade de vida e certo espaço no mercado de saúde da capital gaúcha.
— Na primeira unidade, a gente fazia tudo, tirava lixo, limpava sala cirúrgica — relata Giaccheri.
Desde o início, definiram que atuariam com duas especialidades: urologia e oftalmologia. Segundo Zuffo, são áreas que atendem pessoas ao longo de toda a vida e exigem muita tecnologia, difíceis de serem assumidas pelos grandes grupos de saúde que estão concentrando o atendimento privado. Hoje, o grupo tem 11 unidades, que devem chegar a 20 nos próximos dois anos. Duas serão senior livings (moradias para pessoas de mais idade), que vão abrir entre 2024 e 2026. E os planos de expansão são ambiciosos, diz o administrador:
— Não queremos parar no Rio Grande do Sul.