A Liga Futebol Forte assinou nesta segunda (6), em São Paulo, acordo de investimentos com o grupo norte-americano Serengeti Asset Management e a brasileira Life Capital Partners. Em troca de 20% dos direitos de transmissão, os 26 clubes dividirão R$ 2,3 bilhões.
Caso haja junção com a Libra e o nascimento da Liga Unificada, de 40 clubes, o valor vai para R$ 4,85 bilhões. O que significa o acordo assinado em São Paulo: o Inter garantiu recebimento de mais de R$ 200 milhões, que serão quitados em 18 meses. Será o número 1 no ranking de receitas do bloco. A divisão será a seguinte: 50% no ato, 25% em 12 meses e mais 25% em 18 meses, a contar da assinatura do contrato.
A oficialização depende, agora, que cada clube aprove, em cada Conselho Deliberativo, o acordo firmado nesta segunda. O Serengeti deu prazo até o final de abril para que cada clube volte com a resposta dos seus conselheiros e que tudo esteja assinado em até 150 dias.
Os clubes, porém, adotaram como meta o prazo de 120 dias para a cerimônia de assinatura de contrato. Ou seja, até a primeira semana de junho. Se obtiver a aprovação no Conselho, o Inter poderá entrar o inverno com um alívio de mais de R$ 100 milhões na conta.
Um dos pontos definidos pelos clubes da LFF é de que o uso desse dinheiro será direcionado conforme acordo coletivo. O plano é evitar que todo ele seja usado só em contratações. Como quase todos os clubes são donos de dívidas altas, o plano é fazer com que um percentual definido do montante seja usado para pagar parte delas. Um outro percentual será direcionado para investimentos, seja em jogadores ou mesmo em infraestrutura.
Algo semelhante foi adotado pela La Liga ao criar o Plan Impulso. Pela venda por 50 anos de percentual dos direitos de transmissão ao fundo CVC, 38 dos 42 clubes dividiram 2 bilhões de euros (Barcelona, Real, Athletic de Bilbao e Oviedo se posicionaram contra e ficaram de fora).
Para estimular o crescimento dos clubes, a La Liga definiu o percentual que cada clube terá de investir em distintas áreas. Ao menos 70% do dinheiro terá de ser usado para infraestrutura, digitalização, tecnologia e marketing. Os outros 30% são divididos para pagamento de dívidas e contratações de jogadores.