O consumidor pode preparar o brinde: 2017 deve ser um ano de estabilidade nos preços de derivados da uva, como vinhos e sucos. É que para recuperar o terreno perdido no ano passado, o setor não tem mais espaço para aumento no valor do produto e para impostos. Essa foi a tônica do discurso de Dirceu Scottá, presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), na cerimônia de abertura da colheita da safra gaúcha deste ano, realizada no sábado na propriedade da família Barbieri, em Monte Belo do Sul. O governador José Ivo Sartori participou do evento.
– O mercado não suporta nenhum repasse de preço. A prova disso é que o crescimento de importados foi sobre os vinhos de menor valor – afirma Scottá.
Em 2016, houve recuo de 18% na venda de produtos vitivinícolas brasileiros. Reflexo de uma conjuntura que começou com a quebra de 57% no volume produzido, o que reduziu a oferta. Os problemas continuaram com alta de custos, impacto da mudança na cobrança do IPI – que em 2015 passou a ser de 10% –, aumento de ICMS e diminuição do poder aquisitivo dos compradores.
Para este ano, a expectativa é de crescimento nas vendas ou, no mínimo, recuperação do patamar de 2015. Nos parreirais, a retomada ocorreu. A safra poderá chegar perto de 700 milhões de quilos neste ano.
– Temos um cenário bem favorável para esta safra de uva – confirma Ernani Polo, secretário da Agricultura.