Levantamentos divulgados nesta quinta-feira por IBGE e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam para safra recorde de grãos no país. Ainda há muita água para rolar até a produção do atual ciclo se consolidar, mas as perspectivas são animadoras. Os números têm sido puxados para cima pelas produtividades das culturas, que vêm em uma crescente, indicando também recuperação de perdas registradas no ciclo passado.
Para o IBGE, o volume colhido neste ano no Brasil será 20,3% maior, chegando a 221,4 milhões de toneladas. Pela Conab, a produção de grãos deve chegar a 219,14 milhões de toneladas, alta de 17,4% ante o ciclo anterior.
Também chama a atenção a projeção feita para a soja, que poderá chegar a históricas 107,04 milhões de toneladas conforme o IBGE e 105,6 milhões de toneladas – com acréscimo de 10,1 milhões de toneladas sobre a colheita de 2016 – pela estatística da Conab.
– É a primeira vez que o país está passando a barreira das 100 milhões de toneladas de soja. Os principais Estados produtores estão estimando crescimento expressivo. A colheita já está em andamento. Mato Grosso tem uma parcela razoável que foi colhida e a produtividade realmente tem sido muito boa – observou Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do IBGE.
No Rio Grande do Sul, os dados ainda não mostram produção recorde de grãos. Milho e soja seguem com volume menor do que o registrado na safra passada, pelos dados da Conab (veja abaixo). Mas a tendência é de que esse panorama mude.
Nas duas culturas, os números de fevereiro foram revisados para cima em relação aos dados apresentados no mês passado. No milho, a produtividade média no Estado já chega a 7 mil quilos por hectare, bem próxima dos 7,16 mil quilos do ano passado. E com a colheita avançando – segundo a Emater, chegou a 35% da área total nesta semana –, a quantia poderá sofrer novo ajuste no próximo levantamento.
– Na soja, estamos com uma produtividade de 2,8 mil quilos por hectare, na dependência de fevereiro. Se o mês for favorável, deve aumentar – diz Carlos Bestetti, superintendente da Conab no Rio Grande do Sul.
Para o principal produto das lavouras gaúchas, o atual mês tem papel crucial. É quando o tamanho da safra efetivamente se define.