O pênalti marcado para o Grêmio na vitória por 2 a 0 sobre o Novorinzontino causou polêmica. O lance ocorreu nos acréscimos do primeiro tempo. Após desvio de Geromel, a bola bateu no braço de Rodolfo Filemon dentro da área. O árbitro Sávio Pereira Sampaio mandou o jogo seguir no campo, mas marcou o a infração após interferência do VAR.
Respeito a decisão da arbitragem e reconheço que as alterações mais recentes na regra colocam alto grau de subjetividade em lances de mão na bola e bola na mão.
Apesar disso, entendo que a penalidade não deveria ter sido marcada e vou explicar os motivos com base no texto da regra 12.
O pênalti deve ser marcado em dois casos. O primeiro é o óbvio: "tocar a bola com sua mão/braço deliberadamente. Por exemplo, deslocando a mão/braço na direção à bola."
O segundo caso tem bem menos clareza: "tocar a bola com sua mão/braço, quando sua mão/braço ampliar seu corpo de forma antinatural."
Aí é que está o detalhe. O que devemos entender como situação antinatural? A regra diz o seguinte: "Considera-se que um jogador amplia seu corpo de forma antinatural, quando a posição de sua mão/braço não é consequência do movimento ou quando a posição da mão/braço não pode ser justificada pelo movimento do corpo do jogador para aquela situação específica. Ao colocar a sua mão/braço em tal posição, o jogador assume o risco de sua mão/seu braço ser tocada pela bola e, portanto, deve ser punido".
Em uma tentativa de simplificar eu diria que o pênalti deve ser marcado quando a ação corporal e o movimento do braço do jogador não são coerentes durante a disputa. Ou seja, o jogador se projeta para bloquear um e amplia o corpo com um movimento exagerado projetando o braço.
Não considero que isso tenha ocorrido no lance do pênalti marcado para o Grêmio. O defensor do Novorizontino está posicionado atrás de Geromel e faz um movimento normal de quem está cercando o adversário. Ele não faz qualquer ação antecipada para bloquear o adversário. Além disso, acrescento que o chute de Geromel também causa um fator surpresa e a bola está muito perto do adversário.
Por fim, o grande problema em tudo o que está dito é que a regra de mão na bola e bola na mão é a que mais muda no futebol. Mais do que isso, a última alteração no texto representou uma mudança de rota no conceito. Quando o futebol caminhava para uma redução da subjetividade, o mundo do futebol gritou e tudo mudou radicalmente.
Ainda haverá muita discussão até a próxima modificação no texto.