Voltar para um ex é como reler um livro, precisa ter gostado muito para não se importar em saber o final.
Você tem noção de como acabou e de como vai acabar novamente.
A reconciliação é enganosa, pois passará por uma lua de mel, por uma trégua da vida no reinício dos laços.
O casal censura suas diferenças para a reconquista, demonstra maturidade e discernimento nos primeiros meses, até retomar a rotina e amargar os mesmos problemas de antes.
Isolado do mundo, qualquer par é feliz. Mas quando volta a ter contato com a família, com o emprego, com os amigos, o choque e o atrito da realidade também ressurgem com força.
A reconciliação é enganosa, pois passará por uma lua de mel, por uma trégua da vida no reinício dos laços.
Ninguém consegue fingir por muito tempo. Os defeitos não foram superados no passado, e tendem a aparecer gradualmente com cobranças antigas.
O ciúme, o controle, a manipulação, a chantagem e a deslealdade hibernam no inconsciente do amor, e serão acessados com a proximidade física.
Não dá para esquecer o motivo da separação. Houve impasse, houve discussão, houve desgaste, e, principalmente, incompreensão de ambas as partes.
Você busca o ex por um trecho bonito da cumplicidade, porque gostou de um capítulo, de uma frase marcante, de um pensamento inspirado, por um período isolado da convivência, mas esquece de pesar o conjunto da história, os prós e contras. Sua saudade é teimosia, apenas enxerga lembranças positivas.
Talvez esteja sentindo saudade de si, da sua juventude, da época em que tinha mais sonhos e mais vontade de vencer. Nem é saudade do outro, e sim de sua versão anterior que existiu um dia ao lado do outro.
O que explica o quanto divorciados tentam resgatar romances dos seus anos dourados a partir de contatos pelas redes sociais. Há o interesse de recuperar um momento interrompido da própria trajetória.
A ambição não está naquele namoro ou naquele indivíduo, porém em reaver como se era naquele período.
É como criar um túnel do tempo da personalidade usando alguém como instrumento: sua expedição é para repetir os seus vinte anos, seus trinta anos. Não tem relação direta com a companhia, mera testemunha da felicidade de outrora.
Pode existir um reencontro genuíno, com almas transformadas e pacificadas, entretanto é raro, uma exceção depois de muito sofrimento mútuo - unicamente a dor da experiência traz a lucidez do perdão e a calma da leveza.
Voltar ao ex, na maioria das vezes, é pegar da estante empoeirada uma obra da qual odiou o desfecho, não concordou com o autor, jurando que, agora com a releitura, a impressão será diferente.
A segunda chance é capaz de destruir o resto de doçura da memória a dois, e não sobrar mais nada de bom para se lembrar do enlace.
Você não é mais o mesmo, a pessoa envolvida não é a mesma, mas, infelizmente, descobrirá que o relacionamento continua sendo o mesmo.