Desde 17 de julho, quando passou a comandar o Jornal do Almoço, na RBS TV, ao lado de Cristina Ranzolin, o jornalista Marco Matos viu sua popularidade crescer nas ruas e nas redes sociais. Aliás, comprovei isso durante nosso passeio à Feira Modelo do Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, local escolhido por ele para o nosso bate-papo: durante todo o tempo em que permanecemos por lá, o caxiense de 32 anos foi abordado para pedidos de fotos, cumprimentos e abraços, que ele recebe com muito carinho. Aliás, fazer compras em feiras na Capital, circular pelas ruas e conversar com o público são alguns hábitos dos quais ele não abre mão, mesmo diante de uma rotina intensa na TV e com cada vez mais solicitações para ser mestre de cerimônias em eventos.
— Quando eu fazia a previsão do tempo (de 2020 a 2023 na RBS TV), acabei criando essa relação em conversar com as pessoas sobre o tempo na cidade. Encontrava o pessoal e já catava até umas pautas assim (risos) — conta.
Em uma entrevista permeada por muitas risadas e leveza, na estreia da minha coluna em GZH, Marco destaca momentos importantes da carreira de 10 anos, fala sobre sua paixão por viagens, jornalismo e entretenimento.
O que mudou na rotina depois que passou a apresentar oficialmente o JA ao lado da Cristina Ranzolin?
Eu passei a ser muito mais reconhecido nas ruas, as pessoas parem mais, conversam mais. Recebo isso como uma forma de carinho, gosto bastante. Se eu pudesse, passaria o dia circulando em alguns lugares, e a feira, por exemplo, é um hábito que eu tenho, porque gosto de cozinhar. Cozinho toda a noite e gosto de comer bem: se for a restaurantes sempre, é mais caro. Então, se você sabe cozinhar, come muito bem, gastando muito menos.
Do que não abre mão no dia a dia?
Eu fiz Jornalismo porque conversar com as pessoas é o que eu mais gosto de fazer na vida. Saber da vida do outro, o que está passando, como está o clima na cidade, mas não só por informação, mas gosto de papear por bater papo, às vezes, falar até bobagem mesmo. Para mim, é muito mais prazeroso estar conversando com alguém do que fazendo alguma coisa sozinho, gosto dessa interação social todo tempo, é algo que me satisfaz. No Jornalismo, encontrei uma maneira de usar isso como forma de trabalho. Acho que um pouco disso é porque eu cresci, lá em Caxias do Sul, no balcão do armazém dos meus pais, atendendo as pessoas. Para mim, era normal passar o dia conversando com os vizinhos. Até hoje, meus pais seguem com o armazém, fazendo isso também. Então, tenho essa veia de comerciante. Depois, na época da faculdade (se formou em Jornalismo na UCS), trabalhei como balconista em uma loja, esse convívio com as pessoas sempre esteve presente.
Quais são os momentos mais marcantes da sua carreira até aqui?
O mais marcante foi o primeiro dia em que apresentei o Jornal do Almoço. Eu estava meio nervoso, porque assistia ao programa desde criança e, durante muito tempo, pensava ser uma coisa inalcançável, mas as coisas foram acontecendo de forma muito orgânica, muito natural. Aí, no dia em que estava ali, para começar o programa, rodou a vinheta, pensei: "Caramba, o que é que eu estou fazendo aqui?". Deu um nervosinho. Embora já tivesse apresentado a previsão do tempo e o JA em alguns finais de semana, o primeiro dia oficial foi muito especial. Outro momento marcante foi cobrir a morte da Rainha Elizabeth II (em setembro de 2022). Eu estava de férias, na Europa, e acabei indo de Paris para Londres para fazer a cobertura. Foi bem bacana. E no início da carreira, em 2013, eu morava em Santa Cruz e fui a Candelária fazer uma reportagem. Na cidade, encontrei um cara dormindo num carro, que me contou estar ali porque o filho recém-nascido estava internado no hospital. Percebi que a história poderia ser uma pauta mais relevante do que aquela que eu tinha ido fazer. Por conta da reportagem, consegui ajudar o menino, Francisco, que precisava de uma transferência para um hospital de Porto Alegre. Depois, ele ficou bem. Um dia, recebi uma mensagem no Facebook, do pai do Francisco, me convidando para ser padrinho. Foi logo no início da minha caminhada como jornalista e, naquele momento, tive a dimensão do que o nosso trabalho representa, que é dar visibilidade pra quem, muitas vezes, não tem voz.
A popularidade nas redes sociais aumentou bastante, né? Como lida com isso?
Eu adoro! Por ali, chega muita pauta, muita conversa. É engraçado, porque, nas redes sociais, as pessoas não estão interessadas em ver o Marco da TV, elas gostam do lado pessoal. Se eu posto uma foto trabalhando, ok, tem curtidas, mas se eu posto uma foto curtindo o final de semana ou fazendo algo fora da TV, a galera gosta mais de interagir. Muitos telespectadores têm a ideia de que quem trabalha na TV não faz coisas normais, como cozinhar, ir na feira, lavar roupa, estender roupa. Acho que as redes fazem um trabalho fundamental de complementar a imagem da televisão, que é mostrar que a gente compartilha os mesmo anseios e as mesmas preocupações como cidadãos.
É bem ligado ao entretenimento, gosta de acompanhar reality shows e novelas. O que está assistindo hoje em dia e recomenda?
De novela, assisto a Terra e Paixão. Todos os enredos que trazem um pouco desse mundo rural me atraem bastante, as imagens são muito bonitas, gosto daquela história de cidadezinha, isso me deixa muito envolvido. Estou esperando a estreia de Renascer (remake da novela exibida em 1993 pela Globo, prevista para estrear em janeiro de 2024). Tenho escutado muito podcast também, O Assunto, da Natuza Nery. Assisti à série Depois da Cabana, da Netflix, gostei bastante.
Falando em reality show, o Big Brother Brasil 24 estreia em 8 de janeiro, um dia antes do seu e do meu aniversário. Já pensou em participar dessa experiência?
Adoro BBB. Olha, sabe que eu já gravei vídeo para o BBB (risos)? Eu deveria estar no início da faculdade. Eu sou tímido para estar 100% em um reality show, talvez, mas eu gosto tanto de assistir! Eu acho tão legais, principalmente, as provas do líder, que eu participaria, sim. Talvez, um dia. Mas acho que seria um dos primeiros eliminados (risos).
Pelas redes sociais, a gente percebe sua paixão por viagens. Quais são suas viagens inesquecíveis?
Em primeiro lugar, os Lençóis Maranhenses. Acho que todo brasileiro deveria conhecer esse lugar, porque é bonito demais. A gente caminha por aquela imensidão de areia e lagoas e percebe o quanto é pequeno nesse mundo. Eu queria achar a duna onde foi gravado O Clone (novela de 2001), procurei na internet, mas nunca que iria achar, né (risos), é pura areia (risos)! Não consegui achar, mas, sim, foi cenário de O Clone. Depois, se todo brasileiro deveria conhecer os Lençóis Maranhenses, todo gaúcho deveriam conhecer Cambará do Sul. É um lugar que não há condição de definir a beleza, eu fico impressionado toda a vez que vou para lá. E é outro cenário de uma novela que eu adoro, Além do Tempo (2016). Um terceiro lugar, que eu acho muito legal, é o Uruguai, que é tão perto da gente, uma oportunidade fácil de conhecer outro país. Rivera é legal, aqui na nossa fronteira com Santana do Livramento, que já é outra cultura, e esse misto de culturas é muito legal.
Quais são as suas dicas pra quem deseja viajar pelo mundo?
A grande dica é não se endividar (risos), tô brincando. O importante é entender o momento de vida: não importa se é para passar um final de semana a 50 quilômetros de onde eu moro ou do outro lado do oceano. Qualquer saída de casa pode ser uma grande experiência. Isso é muito legal, desbravar lugares dentro das suas possibilidades.
Está noivo desde 2022 (do dentista Eduardo Dal Forno, 40 anos). Como é viver essa fase da relação (estão juntos há três anos)?
A gente já mora junto, eu gosto dessa rotina, gosto de estar com alguém. E o Eduardo é um cara muito incrível. Ele me traz um equilíbrio, eu sou muito avoado. Ele não, me traz um pouco para a realidade. A gente se complementa em muitos aspectos, somo muito parceiros. É uma relação muito boa.
Sente que vive a plenitude em relação ao momento pessoal e profissional?
Sim, mas eu nunca me incomodei com a jornada e também acho que não estou no fim dela. O grande lance é curtir cada coisa como se aquilo fosse muito especial, e isso vale para a vida profissional e para a pessoal. Independentemente de qual for a parte do caminho e do objetivo, tem que olhar com gratidão e felicidade. A gente vai evoluindo a cada dia e melhorando. Há 10 anos, não me imaginava como apresentador do Jornal do Almoço, embora tivesse vontade e ambição para isso, mas eu fui curtindo a vida, me abastecendo de conteúdo, fazendo coisas que me levaram a isso de forma natural. Quando a gente se cobra muito, a pressão pode prejudicar. É preciso ter leveza para encarar a vida. Eu sou muito otimista, prefiro ver o copo meio cheio do que meio vazio em qualquer situação. Quando a gente joga positividade para o universo, não tem como atrair coisas ruins.