Há pelo menos uma constante nas projeções de safra feitas para o Rio Grande do Sul nos últimos anos. É o avanço da soja sobre áreas de pecuária, arroz e também milho, como reforça o primeiro levantamento para o ciclo 2015/2016, divulgado nesta segunda-feira pela Emater.
Esse fenômeno vem provocando mudanças na chamada janela de plantio do verão, ou seja, no período em que o produtor inicia o cultivo dos grãos. Muitos têm adiantado as plantações de milho para poder fazer uma segunda safra - de soja ou de milho - no mesmo período.
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- Estamos em agosto e já temos 98 mil hectares de milho plantados.
A redução da área de milho seria ainda maior se o produtor não estivesse adotando a estratégia de duas safras no mesmo ciclo - avalia Alencar Rugeri, assistente técnico da Emater.
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A transformação é tão grande que se começa a discutir a possibilidade de alteração do calendário de zoneamento de risco agroclimático, determinado pelo Ministério da Agricultura.
É somente plantando dentro deste período que o produtor tem direito a acionar o seguro rural. Fora dele, fica por conta e risco em caso de qualquer prejuízo. Na quinta-feira, Embrapa e Secretaria da Agricultura realizam, dentro da Expointer, uma primeira reuniãopara tratar do tema.
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- Faremos um estudo para regras mais claras. O debate envolve principalmente a Metade Sul e o Litoral Norte, possivelmente com mudança de calendário - afirma o secretário da Agricultura, Ernani Polo.
Diante das contas - e em um cenário de custos cada vez mais altos-, o produtor tem se rendido à rentabilidade superior da soja, deixando espaço menor para outras culturas.
- Em função da liquidez e perspectiva econômica, a soja tem outro atrativo - reconhece o secretário do Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto.