O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, que controla o encalhe de animais marinhos na costa de Santa Catarina, registrou entre quinta (22) e sexta-feira (23) mais de 40 pinguins mortos na orla de Bombinhas. Os animais foram encontrados nas praias de Mariscal, Canto Grande e Zimbros.
Os pinguins, que são da espécie pinguim-de-magalhães, ainda passarão por necropsia, que indicará a causa da morte. Mas o oceanógrafo Jeferson Dick, coordenador da Unidade de Estabilização do Projeto de Monitoramento de Praias, acredita que os animais tenham morrido por causas naturais. Estão muito magros, não resistiram ao desgaste da viagem de volta à Patagônia.
Segundo Dick, todos os pinguins recolhidos são juvenis e estavam em sua primeira viajem migratória, possivelmente em um mesmo grupo. Os pesquisadores acreditam que as aves não tenham conseguido se alimentar adequadamente, o que trouxe dificuldade para lutarem contra as correntes marinhas.
O Instituto Anjos do Mar, que atua em Bombinhas, também localizou cerca de sete pinguins debilitados nos últimos dias. A maioria foi encaminhada para recuperação. O Instituto também recolheu um lobo marinho morto esta semana.
Menos pinguins neste ano
A situação dos pinguins em Bombinhas foi, até agora, isolada. Este foi um ano de poucos resgates da espécie em Santa Catarina — de janeiro a julho, o Projeto de Monitoramento de Praias contabilizou 338. No mesmo período, em 2018, foram 6,8 mil.
O pesquisador André Barreto, professor da Univali e coordenador do projeto, explicou que há uma grande oscilação em relação aos pinguins. A cada cinco anos, em média, eles costumam aparecer em grande quantidade em SC. A continuidade do levantamento, que passa diariamente pelas praias do Estado, deverá ajudar a compreender o fenômeno.