O motorista acusado de matar um estudante de Medicina durante um racha no Litoral Norte gaúcho, em 1º de janeiro de 2006, foi condenado a seis anos de prisão. A sentença foi proferida durante sessão do Tribunal do Júri, no Foro de Torres, ocorrida em 25 de setembro. Marcos Vinícius Foscarini foi condenado por homicídio doloso (com intenção), e a pena deve ser cumprida inicialmente em regime semiaberto. O réu poderá recorrer em liberdade.
Segundo a denúncia, Foscarini participava de um racha na Estrada do Mar e passou em alta velocidade em frente a um batalhão do Comando Rodoviário da Brigada Militar. O Fiat Marea que ele conduzia invadiu a pista contrária, na altura do quilômetro 73, em Arroio do Sal, e bateu de frente na lateral esquerda de um Peugeot. A colisão causou a morte do estudante de medicina Juliano Langie Pereira, então com 26 anos.
Para o promotor Vinícius de Melo Lima, que atuou na acusação, "a condenação pelo Tribunal do Júri revela a preocupação da comunidade com a violência no trânsito, rompendo com a ideia antiga de que toda a morte no trânsito é decorrente de acidente ou fatalidade".
O Ministério Público chegou a pedir a prisão imediata do réu, mas a juíza Marilde Goldschmidt negou. A Promotoria recorreu da decisão para tentar ampliar a pena e mudar o regime inicial para fechado.
O advogado do réu, Adão Saulo da Rocha, disse que já recorreu da decisão.
— A decisão é totalmente contrária à prova dos autos. Não existe absolutamente nada para condenar ele. Os jurados foram envoltos pela emoção e não pela razão. A colisão se deu na via do réu. Ele não invadiu a pista contrária — disse o advogado.
Segundo Rocha, seu cliente, inclusive, conseguiu provar em uma vara cível que estava certo e que a vítima é que provocou a colisão.
— Vencemos em primeira e segunda instâncias para termos o ressarcimento dos prejuízos do meu cliente — disse o advogado.