Autoridades do Canadá, Dinamarca e EUA pediram no início desta semana que funcionários e representantes de seus governos excluam o aplicativo da rede social chinesa TikTok de quaisquer computadores, sistemas ou celulares federais. De acordo com os países, o aplicativo traria riscos à segurança digital de agentes do governo, o que incluiria riscos de espionagem e exposição de dados pessoais.
A União Europeia já havia anunciado medida semelhante na última quinta-feira (23) em dispositivos de serviço oficiais. Para justificar a ação, o comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, disse à imprensa que a Comissão vela pela "cibersegurança, proteção de seus funcionários e todos que trabalham" na instituição, sem dar mais informações. O Parlamento Europeu também ordenou a todos os seus funcionários que removessem o aplicativo de vídeos TikTok dos seus dispositivos de trabalho, nesta quarta-feira (1º).
Nesta segunda-feira (27), o governo dos EUA deu 30 dias para que agências federais removam o TikTok de todos os dispositivos eletrônicos federais para cumprir um veto determinado pelo Congresso, por meio de uma lei sancionada pelo presidente Joe Biden em janeiro. A proibição não se estende à população ou a empresas que não estejam associadas ao governo federal.
Autoridades chinesas e representantes da rede social oriental rechaçaram a medida norte-americana. Após o anúncio da Casa Branca, um comitê da Câmara dos Deputados nos EUA avançou com um projeto de lei que daria a Biden o poder de proibir completamente a rede social no país.
— Rejeitamos de modo veemente a prática equivocada dos Estados Unidos de generalizar o conceito de segurança nacional, abusar do poder estatal e suprimir de maneira irracional as empresas de outros países — disse Mao Ning, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
No Canadá, a proibição para uso em celulares funcionais federais foi justificada devido a um "nível de risco inaceitável" à privacidade e à segurança, de acordo com o governo do país. "Em um dispositivo móvel, os métodos de coleta de dados do TikTok proporcionam um acesso considerável ao conteúdo do telefone", disse a ministra do Tesouro, Mona Fortier, e acrescentou em um comunicado que a decisão foi tomada "como medida de precaução".
Já na Dinamarca, o Centro Dinamarquês para Cibersegurança recomendou a remoção do aplicativo chinês aos deputados e funcionários do governo por "risco de espionagem".
Hoje, a empresa matriz do TikTok, a chinesa ByteDance, é objeto de estrita vigilância em países ocidentais, ante suspeitas de que as autoridades da China tenham acesso aos dados dos usuários.