A polícia de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, prendeu nesta segunda-feira Leonardo Pereira Sieben, 18 anos, e apreendeu um adolescente de 17 anos. Eles são suspeitos de envolvimento na morte e no desaparecimento de dois taxistas na região, na semana passada.
Em depoimento, o adolescente confessou autoria nos dois crimes. Sieben negou participação e disse que apenas o comparsa teria matado Paulo Roberto Lagemann, 55 anos, no último sábado, e desaparecido com Luiz André da Silva Rocha, 53, no dia 12.
Segundo a polícia, o adolescente admitiu também que jogou Rocha da ponte que passa sobre o Arroio Cavalhada, no distrito de Mariante. O taxista já estaria morto quando a dupla o arremessou na forte correnteza do arroio, que desemboca no Rio Taquari.
- As provas estão de acordo com o que havíamos colhido. Os garotos foram identificados pelas testemunhas e nós os comparamos com as imagens retiradas das câmeras de monitoramento da rodoviária e de outros locais. Eles serão indiciados por latrocínio - explicou o delegado Paulo Cesar Schirrmann.
Sieben e o adolescente eram vizinhos e foram localizados em suas residências, na Vila Palanque, na área rural de Venâncio Aires. Conforme a polícia, eles admitiram que são usuários de cocaína, crack e maconha e perambulavam pela cidade nos finais de semana cometendo delitos. Os dois tinham ficha por furtos realizados em diversas ocasiões.
A saída da dupla da delegacia foi tensa. Schirrmann precisou deixar os suspeitos à paisana para que passassem despercebidos da multidão de taxistas que se aglomerava em volta do local, após ouvir a notícia da captura em uma rádio local. Sieben foi conduzido para a Penitenciária Regional de Santa Cruz do Sul. Já o adolescente foi encaminhado para a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) de Porto Alegre.
- Pela primeira vez desde sábado vou dormir um pouco mais tranquilo. Fico satisfeito com o trabalho realizado pela polícia, que identificou e prendeu esses bandidos. Agora, só espero que a Justiça faça com que eles fiquem atrás das grades e não saiam de lá - declarou, emocionado, Marlon Luis Lagemann, 30 anos, filho do taxista morto.
A filha de criação de Rocha, Tatiane Alves Ferreira, 18 anos, lamentou a certeza da morte do padrasto, que "era mais do que um pai".
- Ficamos no aguardo durante uma semana por notícias dele. Não tínhamos mais esperança de encontrá-lo vivo. Ele me criou desde os cinco anos de idade. Eu não tenho palavras para descrevê-lo. Para mim, ele sempre foi e será meu pai - afirmou, ao lado da mãe, Rosane Pohl da Rocha, 41 anos, mulher do taxista.
O Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre segue trabalhando para localizar Rocha.
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