Os países devem priorizar os testes de populações mais vulneráveis – os mais pobres, com mais dificuldade para manter distanciamento físico, minorias e indígenas – para evitar que a pandemia de coronavírus agrave a desigualdade socioeconômica, afirmou nesta segunda (4) Michael Ryan, diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dados do Reino Unido e do Brasil sugerem que o impacto do coronavírus sobre os mais pobres seja maior e mais duradouro que sobre os mais ricos.
— Falhar na identificação e no tratamento da doença nos lugares mais vulneráveis não apenas é injusto mas também perigoso, pois leva a erros no conhecimento sobre a doença, fundamental para basear as estratégias de combate — disse Ryan.
Maria van Kerkhove, líder técnica da entidade, afirmou que os governos precisam também ampliar sua capacidade para isolar os casos confirmados de coronavírus e os suspeitos – o que, em caso de comunidades em que o distanciamento é difícil, pode exigir instalações especiais.
— Se os casos conhecidos são tratados e isolados, eles deixam de transmitir a doença. E, se seus contatos entram em quarentena, também não há risco de que contagiem outras pessoas sem saber que estão com o vírus — afirmou ela.
Segundo os especialistas da OMS, a única forma de reduzir os danos da pandemia é quebrar a cadeia de transmissão, e, para isso, é preciso uma estratégia eficaz de testes, rastreamento e quarentena.