A falta de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) inviabilizou o transplante de 153 órgãos no Brasil entre 2013 e 2015. No entanto, nesses mesmos dias, a FAB atendeu 716 pedidos para o transporte de ministros e autoridades, entre elas presidentes do Supremo, Câmara e Senado. O levantamento é do Jornal O Globo.
Transplantes de corações, fígados, pulmões, pâncreas e rins se perderam por negativas da FAB e da falta de outras alternativas de transporte. Em 84 casos, ministros e parlamentares usaram as aeronaves para voos entre Brasília e as cidades onde têm residências. Quase quatro mil caronas foram dadas.
As recusas da FAB para transporte de órgãos aumentaram, passando de 52%, em 2013, para 77% dos pedidos em 2015. O uso dos aviões é amparado por lei. Segundo a Aeronáutica, legislação brasileira não a obriga a transportar órgãos, enquanto que para o transporte de autoridades consta a obrigatoriedade. No entanto, justifica que que existe é um termo de cooperação envolvendo Ministério da Saúde, FAB e também empresas de aviação comercial, que podem compensar.