Dois servidores que acessaram informações do presidente Jair Bolsonaro e seus familiares realizaram diversas consultas ao longo de 2018 e em datas que batem com dias importantes do calendário eleitoral. A informação foi divulgada, neste sábado (6), pelo secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, ao Broadcast, do jornal Estado de S. Paulo.
— Está comprovado e está nas mãos da polícia. Nem o secretário da Receita pode entrar e "fuçar" o que quiser — disse o secretário. — Se há ligações externas e se isso faz parte de um plano maior, há gente por trás.
Dois acessos realizados no final de outubro não foram justificados e estão sob investigação. Dados do presidente e de familiares foram levantados. Em depoimento dado à Polícia Federal, Odilon Alves Filho, um dos servidores sob investigação, afirmou ter feito apenas um acesso para ver dados cadastrais, por curiosidade. Ele é irmão da deputada Norma Ayub (DEM-SP).
Uma sindicância foi aberta pela Receita logo depois que a corregedoria foi informada de que dados confidenciais de Bolsonaro e seus familiares vinham sendo acessados. Este sistema é monitorado, e as consultas são registradas.
Ao ser avisado sobre a questão por Cintra, o presidente teria dito que a investigação deve ocorrer “como qualquer outro caso”.