Em discurso no final da tarde desta quarta-feira (13), no centro de Curitiba, após prestar depoimento ao juiz federal Sergio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que está sendo acusado "sem provas". O petista falou por cerca de 15 minutos na Praça Generoso Marques, onde era aguardado por apoiadores.
Em cima de um caminhão de som e cercado por líderes políticos e de movimentos sociais, Lula evitou falar sobre o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci – que, diante de Moro, na semana passada, admitiu ter cometido crimes e incriminou o ex-presidente.
– Eles mentem e precisam mentir o tempo todo para justificar a primeira mentira – disse o petista no discurso, que começou por volta das 18h30min.
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O ex-presidente atacou diretamente os integrantes da Operação Lava-Jato e afirmou que está sendo acusado sem provas mais uma vez.
– Eu quero que a Operação Lava-Jato diga que mentiu – discursou.
Lula também voltou a falar sobre as eleições presidenciais de 2018, afirmando que irá "provar que vai arrumar esse país".
Parecido com o discurso de maio, após seu primeiro depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente declarou que não seria capaz de mentir para os militantes.
– Eu tenho comigo a verdade. Eu jamais mentiria para vocês. Eu prefiro a morte – disse.
Lula relembrou ainda seus tempos na Presidência da República, dizendo que levou "pessoas mais humildes da periferia para entrar na universidade e aprender a ser doutor". Relembrou ainda as parcerias internacionais com Bolívia, Venezuela e Cuba.
Ao encerrar o discurso, agradeceu aos apoiadores.
– Um Lula incomoda muita gente. Mas milhões de 'Lulas' incomodam muito mais – falou.
Avião sobre a praça
No início do discurso, um avião com um grande luminoso sobrevoou a praça no centro da capital paranaense. A aeronave trazia frases de apoio à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e à Justiça, além de alfinetar o petista.
"Lula, pode esperar. A tua hora vai chegar", mostrava o luminoso.