
Em reunião no Palácio do Jaburu na noite deste domingo com ministros e líderes da base aliada, o presidente Michel Temer disse que não haverá novas mudanças nos textos das reformas trabalhista e previdenciária.
– Não há espaço para concessão – avisou o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
O encontro durou três horas e serviu para a definição da estratégia final para a votação das duas reformas. Segundo o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), Temer disse que o governo considera os relatórios das reformas como produto final das negociações. A ordem, explicou Lelo, é começar as conversas finais com as bancadas e captar o sentimento dos deputados.
Leia mais
Câmara terá semana agitada com debates e início de votações de reformas
Maia admite que pode adiar votação da reforma da Previdência
Uma ou duas semanas não farão diferença, diz Meirelles sobre atraso na votação
Nesta segunda-feira, Temer vai se reunir com os ministros que têm influência na Câmara para pedir que eles se envolvam diretamente nas conversas com os deputados. O presidente também pedirá que os ministros não agendem mais reuniões com os parlamentares em horário de votações importantes na Câmara.
Além de Aguinaldo e Lelo, participaram da reunião no Jaburu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e os ministros Antonio Imbassahy (Governo), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Henrique Meirelles (Fazenda).
Meirelles fez uma apresentação sobre a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada em Washington na semana passada, e destacou que a economia brasileira já dá sinais positivos. Segundo o ministro, as reformas vão consolidar os avanços dos últimos meses.
Lelo explicou que a reunião foi para fazer um "ajuste de procedimentos", deixar claro que não haverá novas concessões nas propostas e envolver toda a base na reta final das votações das reformas.
– Estamos no aquecimento da base. A base estava um pouco solta – disse o peemedebista.
A reforma trabalhista deve ser votada na terça-feira na comissão especial sobre o tema e ir para o plenário no dia seguinte.
*Estadão Conteúdo