
A revista Isto É divulgou nesta quinta-feira (3) detalhes da delação premiada do senador Delcídio do Amaral, solto em fevereiro após quase 90 dias de prisão acusado de atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. Segundo a revista, no acordo com a Procuradoria Geral da República, o político citou os nomes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
No acordo de delação, que tem cerca de 400 páginas, Delcídio acusou a presidente de tentar interferir na operação Lava Jato por meio do Judiciário. Segundo a revista, Dilma e José Eduardo Cardozo - que deixou o ministério da Justiça esta semana para assumir a Advocacia Geral da União - tentaram atuar na soltura de investigados presos na operação.
Uma das ações da presidente, de acordo com a revista, envolveu a nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele ficaria responsável por cuidar de “habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ”. Um dos objetivos era acertar a soltura do Marcelo Odebrecht.
Delcídio disse ainda que se reunião com o desembargador no próprio Palácio da Alvorada. E que ele cumpriu a determinação no STJ, mas foi voto vencido na Corte.
Sobre Lula, ele afirmou que o ex-presidente ordenou pagamentos ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Lava Jato.
O ex-líder do governo no Senado ainda detalhou a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras.