
O projeto de lei que criaria o planejamento estratégico de Farroupilha para os próximos 20 anos foi rejeitado pela Câmara de Vereadores na sessão de terça-feira (10). O município está de aniversário de 85 anos de emancipação nesta quarta (11) e o Plano Farroupilha 20-40 seria lançado em um evento programado para as 20h no Palco Multiuso, no Largo Carlos Fetter. Após a votação do Legislativo, a prefeitura não confirmou de que maneira isso irá ocorrer. No entanto, por meio da assessoria de imprensa, a administração municipal disse que o tema será abordado à noite pelo prefeito Claiton Gonçalves (PDT). Por enquanto, preferiu não se manifestar.
O Farroupilha 20-40 apresenta o diagnóstico do município em diferentes áreas e propõe ações de curto, médio e longo prazo. Até agora, esse foi o único projeto do Executivo rejeitado por maioria de votos neste ano, representando uma vitória da oposição, formada por MDB e Progressistas. Os sete parlamentares destas bancadas foram contrários ao projeto.
Pesou na votação a ausência da própria bancada do PDT, sigla a que pertence o prefeito. Nenhum dos dois vereadores do partido estava presente no momento da votação. O líder de bancada, Deivid Argenta (PDT), disse que ambos tinham compromissos profissionais, mas que eles são favoráveis ao plano.
— Também achamos que este projeto não seria colocado em votação — comenta.
Já o vereador Sedinei Catafesta (PSD) se absteve, sob a alegação de que não teve tempo suficiente para analisar a proposta. Posicionado como neutro em relação ao governo, Catafesta também reclamou que o nome dele não consta como colaborador, apesar de ter apresentado ideias no período em que foi secretário do Esporte, Lazer e Juventude.
A líder de bancada do MDB, Eleonora Broilo, avalia que não é possível neste momento planejar os próximos 20 anos. Na avaliação dela, as ações previstas demandariam um investimento que não pode ser garantido.
O líder de bancada do Progressistas, Kiko Paese, adicionou o entendimento de que a proposta deveria ser mais discutida com a população. Segundo ele, as audiências públicas realizadas não contaram com a presença maciça da comunidade. Além disso, criticou o fato de um livro já ter sido impresso com o planejamento antes da aprovação da lei pela Câmara.
— É uma falta de respeito com outro Poder, que é o Legislativo — avalia.
Já o líder de governo, Fabiano Piccoli (PT), considerou que a oposição foi contrária por questões estritamente políticas, e não técnicas, já que alterações poderiam ser feitas conforme a necessidade nos próximos anos. Além disso, criticou a ausência do PDT na votação.
— Foi um projeto construído ao longo do último ano, com a participação da sociedade e de entidades. Não é um projeto de governo, é um projeto de Estado - afirma.
A proposição só pode voltar para a pauta da Câmara no ano que vem, mas a prefeitura ainda não informou se isso será feito. Piccoli disse que existe a possibilidade de o planejamento ser regulamentado por um decreto do prefeito.