A Polícia Civil reúne novos indícios no caso da mulher encontrada morta às margens da ERS-122, em Flores da Cunha. O corpo de Samara de Souza Pereira, 36 anos, foi localizado no dia 18 de fevereiro e um suspeito foi preso na sexta-feira (22). Ele dirigia uma van branca em que a vítima embarcou depois de ser perseguida.
O investigado, de 46 anos, é funcionário de uma empresa de transporte de pessoas. Conforme a delegada Aline Martinelli, depoimentos de passageiros que ele transportou e da mulher do suspeito estão previstos. Entre as pessoas já ouvidas, estão a mãe de Samara, com quem ela se comunicou antes do crime, um amigo que estava com a mulher em uma festa na Estação Férrea de Caxias do Sul - de onde ela saiu para ir a pé em direção à casa da mãe - e pessoas que a viram no local ou no caminho, além dos proprietários da van.
A delegada também aguarda os laudos de perícias do corpo, da van e do local do crime para concluir o inquérito. A polícia busca respostas para perguntas ainda sem respostas. Entre elas, a causa da morte - Samara tinha uma lesão na cabeça - e se houve crime sexual.
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Os crimes de feminícidio (quando a vítima é morta por ser mulher) e de latrocínio (roubo com morte) são descartados pela delegada. Segundo ela, a vítima e o suspeito não se conheciam, o que indica que não se trata de feminicídio. Junto ao corpo de Samara foi localizado celular e dinheiro, o que demonstra que não houve o roubo. O atropelamento, cogitado inicialmente, também não é mais uma das linhas de investigação.
De acordo com Aline, mais de 100 câmeras de segurança foram consultadas para refazer o trajeto da vítima. Uma das dificuldades encontradas foi a qualidade das imagens. Ainda assim, os investigadores puderam constatar que a van perseguiu e se aproximou mais de uma vez da vítima. A insistência do motorista teria levado Samara a embarcar no veículo.
Naquela madrugada, esta mesma van é vista em imagens no acesso de Flores da Cunha. Na sequência, o veículo retorna para Caxias do Sul pela chamada Estrada Velha. O suspeito teve o mandado de prisão expedido ainda na semana passada e foi detido ao ir prestar depoimento à Polícia Civil. Ele preferiu se manifestar apenas em juízo.
