
Um ingrediente da campanha eleitoral de 2020 em Caxias do Sul, que mexeu com os destinos da cidade no ano passado e que imaginava-se ser um tema de fortes embates, parece que não vai emplacar. Passados 15 dias de horário eleitoral em rádio e TV, o impeachment do ex-prefeito Daniel Guerra (Republicanos) só foi abordado por ele mesmo na estreia dos programas. Seus candidatos a prefeito e vice, respectivamente, Júlio Freitas e Chico Guerra, dão algumas alfinetadas, mas nada que provoque reação.
Nenhum outro candidato fez alguma manifestação enfática, seja para se defender de críticas ou para esquentar o debate. A estratégia é clara, quanto menos o assunto ganhar destaque, menos vitrine Freitas e Chico vão ter.
É natural que os representantes do ex-prefeito se amparem no episódio, que resultou na saída do governante vencedor de 2016 e na ascensão de até então dois vereadores (Flávio Cassina, PTB, e Elói Frizzo, PSB) para comandar a cidade. Também é fato que os adversários do ex-prefeito que podem ser atingidos vão procurar ignorar as críticas, evitando dar luz ao tema. E nem os outros adversários vão querer dar holofotes para os candidatos de Daniel Guerra.
Além de Frizzo, Adiló Didomenico e Paula Ioris (ambos do PSDB), Edson da Rosa (PP), Kiko Girardi (PSD) são os candidatos a prefeito ou vice diretamente ligados ao episódio (ainda têm os vereadores que buscam a reeleição e votaram a favor da cassação e seus partidos).
Resta ver se o impeachment terá ou não peso eleitoral.