
O bloqueio total da ligação entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis é a repetição de um problema que trouxe muitos transtornos há sete anos, mas com um agravante: agora, o estrago provocado pela chuva no Km 178 da BR-116 parece ser maior, um indicativo de que veículos só poderão passar novamente por ali em 2017, após reparos mais complexos. Na região, a ERS-431 estava bloqueada em Bento Gonçalves, mas já foi liberada.
Em setembro de 2009, parte da pista desmoronou por conta de infiltrações no mesmo ponto. A ligação entre as duas cidades ficou interrompida por 17 dias. Depois, o tráfego foi permitido em meia pista para veículos leves enquanto ocorria a reconstrução sob a responsabilidade da antiga concessionária de pedágio Convias. A obra só terminou três meses depois.
Desta vez, é provável que não haverá tráfego parcial, mesmo com a intenção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em contratar emergencialmente uma empreiteira para refazer a pista o quanto antes. A rachadura vem aumentando desde segunda-feira. Na tarde desta quinta-feira, a extensão da fissura chegava a quase 200 metros de comprimento, segundo o engenheiro do Dnit, Daniel Bencke.
– Houve o rompimento da cortina de concreto e a rodovia perdeu a sustentação. Não poderá ser usada de qualquer forma nem em meia pista, por enquanto – alerta Bencke.
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O conserto é de grande porte, segundo o profissional. Exigirá equipes num local de difícil acesso e à beira de uma encosta. Conhecedor da estradas da Serra, o especialista em trânsito e transporte Mauri Adriano Panitz diz que obras assim levam de quatro a seis meses.
– Envolve terraplanagem, desvio da pista e concreto. O que pode ter ocorrido: como choveu muito e a drenagem é precária, a água começa a penetrar no subsolo, que perde a sustentação. Se o muro de arrimo não for feito até a rocha, escorrega junto. Esse conserto da outra vez pode não ter sido realizado com a quantidade de tirantes necessários para suportar o peso da própria rodovia e da água – pondera Panitz, que não vistoriou o trecho.
Decreto de emergência
O Dnit prepara um decreto de emergência para contratar uma empresa sem a necessidade de licitação e agilizar o reparo. Ainda assim, Bencke diz que é preciso escoar a água para checar se o terreno em todo o trecho se estabiliza. Segundo a assessoria do Dnit, assim que for decretada a emergência, a empreiteira será contratada imediatamente. Esse prazo ainda não está definido, mas deve ocorrer nos próximos dias. Se fosse aberta a licitação, o processo levaria cerca de três meses.
O Dnit diz que o custo da obra não muda, pois os preços dos contratos são praticados dentro dos orçamentos previsto no Sistema Integrado de Custos Rodoviários.O chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Serra, Alfonso Willembring Júnior, tem convicção de que a BR-116 ficará mais de quatro meses bloqueada:
– É uma obra muito grande. Não posso autorizar que ninguém passe por ali, está muito perigoso. Estamos liberando apenas a passagem de viaturas da polícia em caso de ocorrência grave, ainda assim, o policial precisa checar pessoalmente a condição da pista antes de passar – reforça.
ALTERNATIVAS
Pela BR-116, a distância entre Caxias e Nova Petrópolis é 34,8 quilômetros. A opção é usar outros caminhos, que aumentam consideravelmente o percurso.
:: Via São Francisco de Paula - 214,9 km
Siga pela Rota do Sol até São Francisco (cerca de 137 quilômetros) e depois use a ERS-235 (são mais 77,9 km, passando por Gramado e Canela) até chegar a Nova Petrópolis
:: Via ERS-122 e Novo Hamburgo - 142,3 km
Siga pela ERS-122 até a BR-116, em São Leopoldo (bairro Scharlau). Acesse a rodovia federal e siga até Novo Hamburgo. Esse trecho tem cerca de 95,9 km. De lá até Nova Petrópolis (passando por Estância Velha, Ivoti, Presidente Lucena e Picada Café, via 116), são mais 46,4 km.
:: Via Linha Olinda (estrada de chão) - 50 km

No entroncamento da BR-116 com a ERS-452, em Vila Cristina, acesse a rotatória e seguia pela BR-116, em direção a Nova Petrópolis. Passe pela ponte sobre o Rio Caí e, cerca de 400 metros depois, acesse uma estrada de chão à direita. Percorra cerca de seis quilômetros e, na bifurcação, entre à esquerda. Cerca de nove quilômetros depois, você estará em Vila Olinda, na BR-116, depois do bloqueio.



