Do total de 10 peritos médicos que atendem à comunidade pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Caxias do Sul, até o momento, dois aderiram à paralisação da classe que ocorre em diversas agências do Brasil, com adesão de mais de 3 mil profissionais. Chega a 32 o total de consultas que deixaram de ser realizadas até esta quinta-feira (31) no município. A mobilização foi iniciada nesta quarta e ocorre por tempo indeterminado.
Os profissionais reivindicam a recomposição salarial de quase 20% para repor a inflação de três anos, melhoria no plano de carreira e realização de concurso para contratar novos profissionais. De acordo com a gerência do INSS em Caxias, a equipe administrativa está reagendando consultas de quem chega na agência e fica sem atendimento porque o médico perito não veio. A previsão de nova data é para 26 de abril em diante.
— Cada perito médico atende a 11 pacientes por dia. Ontem (quarta) dois não compareceram: um pela manhã e outro à tarde. Hoje novamente o da manhã não veio e agora não sei afirmar como será o turno da tarde. Por isso, não temos como informar previamente aos pacientes — afirmou a coordenadora do INSS de Caxias, Elenilse Tomiello.
Segundo ela, dos pacientes que depararam com os médicos em greve, apenas um que apresentava deficiência grave não precisou reagendar consulta porque foi atendido por um outro perito médico que está trabalhando na agência.
Elenilse também destaca que os peritos médicos atuam de forma independente do INSS, uma vez que respondem à uma secretaria à parte criada no Ministério da Previdência e Trabalho. Ela disse que também há um movimento de paralisação por parte dos demais servidores do INSS, porém, em Caxias, ainda não houve nenhuma adesão.
A Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais afirmou, por nota que, o movimento foi instaurado "única e exclusivamente em virtude da postura completamente omissa e desrespeitosa adotada por parte do governo federal" em relação às reivindicações da categoria. Segundo a associação que representa os peritos médicos, eles foram surpreendidos pela ruptura do acordo firmado com o governo, após mais de dois meses de negociação.
O que pedem os peritos:
:: Recomposição salarial relativa às perdas inflacionárias de 2019 a 2022 (19,99%);
:: Edição do decreto que regulamenta a carreira e permita o desenvolvimento funcional anual dos peritos;
:: Promoção imediata de concurso público para a recomposição dos quadros da carreira, cuja defasagem chega a 3 mil servidores;
:: Readequação da estrutura física das agências da Previdência Social, que, segundo eles, foram reabertas de modo precipitado e sem as condições sanitárias adequadas;
:: Melhoria de aspectos operacionais da perícia;
:: Fim da "teleperícia" (Perícia médica com uso de telemedicina).