
Dois hospitais colocam em funcionamento novos leitos de UTI na Serra a partir desta segunda-feira (8). Em Caxias do Sul, o Virvi Ramos inaugura oito vagas exclusivas para casos de covid-19, cinco para o SUS custeados pela prefeitura e três para a rede privada. Em Bento Gonçalves, entram em funcionamento outros cinco leitos no Tacchini, com as diárias pagas também pelo município.
A decisão das administrações municipais de garantir o pagamento aos hospitais ajuda a reforçar o sistema de saúde em um momento em que ocorre o aumento na procura pela terapia intensiva. A taxa de ocupação dos leitos de UTI na Serra passa a ficar em 76% neste momento, semelhante a 31 de maio, quando estava em 75%. Sem os novos leitos, dados compilados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) mostram que o número estava em 82%.
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Caxias tinha até esta segunda-feira 108 leitos de UTI adulto, conforme a SES. São 87 leitos ocupados, o que significava 81% da capacidade utilizada e que agora cai para 75%. Por ser referência em diversas áreas da saúde, Caxias recebe também pacientes de outros 48 municípios integrantes da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Em entrevista ao Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra nesta segunda-feira, o secretário municipal da Saúde, Jorge Olavo Hanh Castro, destacou que isso fez com que o município tivesse uma ocupação maior que a esperada.
Já em Bento Gonçalves, eram 30 leitos no total e 27 pacientes internados. Agora, a taxa de ocupação fica em 77%. Desde 2 de junho, o município não registrava essa taxa abaixo dos 90%.
Tanto os novos leitos em Caxias quanto os de Bento já estavam prontos e aguardavam a habilitação do Ministério da Saúde. A expectativa é que isso ainda ocorra, liberando os orçamentos municipais, mas não há um prazo para que a União passe a bancar as novas vagas. Diante dessa incerteza, a ação dos municípios se tornou fundamental para garantir a manutenção da prestação adequada dos serviços de saúde.
— Para a Serra, é muito importante (a abertura dos novos leitos). Até o momento, não ficamos sem leitos, mas temos notado um acréscimo da procura — comenta a titular da 5ª CRS, Tatiane Misturini Fiorio.
Ela explica que esses leitos já constavam no plano de contingência para o coronavírus na região e que ainda há outros hospitais à espera de equipamentos, como o Pompéia de Caxias do Sul, o de Gramado e o de Vacaria. Em Farroupilha, o Hospital São Carlos tem cinco leitos já prontos, mas ainda à espera de recursos para entrarem em funcionamento, e capacidade para ampliar em mais 10, caso os aparelhos sejam destinados. No entanto, a coordenadora regional de Saúde afirma que há dificuldade tanto do Estado quanto da União para encontrar os equipamentos para aquisição.
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