O município não tem avaliação de quanto dinheiro será necessário para enfrentar os efeitos da pandemia. O primeiro hospital de campanha, que atenderá numa ala do Virvi Ramos, custará R$ 700 mil mensais com projeção de permanecer em atividade por três meses, segundo o secretário municipal de Gestão e Finanças, Paulo Dahmer. O segundo hospital, que está previsto para ser anunciado ainda nesta semana, terá o mesmo custo. Somados, consumiriam R$ 1,4 milhão por mês. Na semana passada, o governo federal confirmou o repasse de R$ 1,5 milhão para ajudar Caxias. Os valores serão destinados para clínicas de triagem, exames e procedimentos ambulatoriais e hospitalares referentes a pandemia de coronavírus. Além disso, os recursos podem ser utilizados para aquisição de equipamentos de proteção individual, insumos e contratação de profissionais. Apesar de válida, a ajuda federal é pouca.
– O custo da contratação dos hospitais de campanha é apenas para os insumos e mão de obra. No caso dos equipamentos, vamos usar o que a prefeitura tem, outros serão comprados com recursos próprios e também com a ajuda que a CIC está viabilizando (por meio da campanha Caxias contra Covid 19) .
Dahmer também chama a atenção para o gasto com uma UTI. A diária é R$ 2,8 mil. Se houvesse 50 vagas disponíveis com ocupação diária no período de quatro meses, o gasto passaria de R$ 16 milhões.
– O dinheiro é muito pouco, essa situação levará ao endividamento dos municípios de grande e médio porte. Vamos depender das decisões do governo federal, além de não ter arrecadação. Uma solução seria a suspensão dos pagamentos de empréstimos federais e redirecionaria o valor para o combate ao coronavírus – exemplifica Dahmer que, num cálculo simples, estima seria possível ter outros R$ 2,5 milhões a mais caso houve uma moratória.
Virvi Ramos pretende abrir unidade até metade de abril
O primeiro hospital de campanha deve estar equipado e apto para operar até a segunda semana de abril numa ala do Virvi Ramos, no bairro Madureira. Essa é a projeção da diretora executiva da Associação Cultural e Científica Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen. Será o primeiro reforço do SUS no combate à pandemia. Serão 49 leitos de internação clínica, mas não haverá oferta de UTI. O Virvi já havia sido uma alternativa extra na epidemia da Gripe A, em 2009.
– Hoje, essa ala atende saúde mental, não é focada para internação hospitalar. Estamos remanejando parte dos pacientes da ala para a unidade do São Ciro. No passado trabalhamos lá com a Gripe A, mas não funcionou direito porque não tinha como fazer exames – lembra Cleciane.
O desafio do hospital de campanha envolve justamente a paralisação de atividades não essenciais. A instituição precisa dos insumos para instalar a rede de oxigênio e tem encontrado dificuldade para negociar com os fornecedores que estão parados ou com equipes reduzidas.
– A equipe técnica está em fase de contratação, mas a escala médica já está fechada. São leitos de casos leves e moderadores – detalha a diretora executiva.