Em maio completará dois anos que o refeitório e a cozinha da EMEF Atiliano Pinguelo, no bairro Diamantino, estão interditados por causa de rachaduras. Parte aberta e parte coberta do pátio também foram isoladas. O problema, como na Abramo Pezzi, tem relação com a drenagem da água da chuva. Só que, desta vez, o muro dos fundos do terreno cedeu e corre o risco de cair. Junto a ele, ficava o parquinho das crianças, pequenas mesas e bancos. Os equipamentos foram realocados em outros espaços e os locais foram isolados com tapumes. As placas de madeira se tornaram enormes painéis de pintura que com a criatividade das crianças se encheram de flores e borboletas.
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Armários que continham materiais foram dispostos no corredor, que também se transformou em refeitório improvisado. Por oito meses, o almoço foi substituído por lanches preparados na secretaria. Depois, o município passou a fazer o transporte dos alimentos prontos até a escola. Mas ainda era preciso um local para servir às crianças. Então, longas mesas estreitas foram afixadas na parede do corredor e bancos onde os estudantes pudessem sentar para fazer as refeições. Se, por um lado, o isolamento das áreas de risco afastou das crianças o perigo da queda de barreira, o improviso acabou criando outro: é no corredor que fica a bancada de bifê, que contem água quente.
A diretora conta que solicitou à secretaria a construção ou liberação para erguer uma peça que serviria de cozinha, mas o pedido foi negado por se tratar de prédio público. Então, uma peça de madeira foi feita com a verba da autonomia da escola (R$ 21 mil por ano) mesmo sem autorização.
– Os engenheiros disseram que este prédio (do refeitório) está condenado. Não adianta mexer. Tem que demolir e construir de novo – comentou a diretora Glaucia Helena Gomes.
A escola, que atende a 142 alunos da Educação Infantil ao 5º ano dos bairros De Zorzi e Campos da Serra, até estava entre as prioritárias da Secretaria Municipal de Educação (Smed) para reforma, mas esbarrou em um entrave. Uma faixa de terra que pertence à escola foi ocupada e, agora, as oito famílias de moradores têm de ser realocadas para permitir o acesso de máquinas ao local onde fica o muro da escola.
Além de recompor a estrutura interditada, é preciso um banheiro adaptado, que não existe no local e para o qual a direção também teve pedido de autorização para construção negado.
O que diz a prefeitura:
A Smed terá um encontro com a Secretaria de Habitação nesta semana, uma vez que o início da obra (seja reforma, reparo ou construção de prédio novo) depende da realocação dos moradores. A área pública é maior do que a área da escola. O muro de contenção está prejudicado devido à sobrecarga causada pelas casas no terreno em frente à instituição (sete casas em área invadida). A realocação seria, então, para outra região. A intenção é intervir no muro e no refeitório.
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