Padrasto de menina morta por irmã em Bento Gonçalves pode responder por omissão de cautela

O padrasto da menina de 11 anos morta pela irmã de 13 na noite desta sexta-feira no bairro Planalto, em Bento Gonçalves, pode responder por omissão de cautela na guarda de arma de fogo. Ele era vigilante da Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan), e havia saído da guarita sem a arma.

Durante o período em que o homem esteve fora, possivelmente para atender o telefone, a menina mais velha teria pego a arma em uma gaveta e disparado acidentalmente contra a irmã enquanto a manuseava.

- Ele não tomou as providências necessárias em função de elas serem menores de idade. Isso está previsto na lei de armas e é um crime de menor potencial ofensivo - afirmou o delegado plantonista Marcelo Ferrugem.

De acordo com ele, o disparo teria ocorrido em poucos minutos, logo após as meninas chegarem com a janta ao familiar. O revólver tinha calibre 38 e pertencia à empresa de segurança para a qual o homem trabalhava. Ela estava em situação regular.

- Não se sabe se ele foi falar com alguém ou se estava ao telefone. O que sabemos é que foi muito rápido, levou o tempo de entregar a marmita - relata Ferrugem.

Em razão do estado emocional da família, ninguém prestou depoimento à Polícia Civil. O caso deve ser assumido segunda-feira pela 2º Distrito Policial da cidade. A menina mais velha, por ter mais de 12 anos, pode responder a procedimento de menor por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A Polícia realizou o levantamento do local e apreendeu a arma. Ferrugem não soube se as meninas sabiam da existência do revólver.

- As apurações ficarão a cargo da delegacia especializada mas, em princípio, o caso está esclarecido - explica o delegado.

A vítima será velada por poucas horas em Bento Gonçalves e depois será trasladada para o município de Viadutos. A pena para omissão de cautela na guarda de arma, em caso de condenação é de um a dois anos de detenção e multa.