
O médico traumatologista Paulo dos Santos Dutra, 50 anos, foi responsabilizado pela Delegacia para a Mulher (DM) por supostos abusos sexuais cometidos contra duas pacientes (uma de 49 anos e outra de 23). Os supostos crimes ocorreram em um período de 10 meses, entre abril do ano passado e fevereiro deste ano. Os inquéritos foram remetidos à Justiça no final da tarde de segunda-feira.
Agora, cabe ao Ministério Público (MP) decidir se denuncia o especialista em cirurgias de coluna. Caso o MP transforme os indiciamentos da DM em denúncias e elas sejam aceitas pelo Judiciário, Dutra se transformará em réu em três casos. O primeiro data de junho de 2008, contra uma adolescente então com 15 anos. Um exame de DNA confirmou que o material genético coletado na garota é compatível com o do médico.
Um exame de DNA igualmente positivo foi feito pelo setor de Genética Forense do Instituto Geral de Perícias do Estado na agricultora de 49 anos, cujo inquérito foi concluído segunda-feira. No mesmo dia, a delegada o indiciou também pelo suposta ataque a jovem de 23 anos, em abril último. Nesse caso da menina, não houve coleta de DNA. A garota procurou a delegacia na sexta-feira, dia 12, quando o Pioneiro publicou as suspeitas contra o médico traumatologista.
Segundo a delegada Thaís Norah Sartori Postiglione, da DM, até sexta-feira o médico deve ser indiciado em outros três casos, cujas investigações estão sendo concluídas. Caso isso ocorra, Dutra chegará ao final de semana indiciado por cinco casos de violência sexual e réu em um sexto. Outras três mulheres procuraram a delegada para conversar informalmente sobre supostos abusos, mas decidiram, por enquanto, não formalizar as denúncias.
Dutra segue recolhido na Penitenciária Regional de Caxias do Sul, em cela isolada, vestindo uniforme laranja e de cabelos raspados. Ele foi preso preventivamente na quinta-feira da semana passada, depois que os dois exames de DNA deram resultado positivo.
O médico nega todas as suspeitas. Ainda na sexta-feira, a defesa de Dutra entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça (TJ). A liminar foi negada pelo desembargador plantonista. Na segunda-feira, a solicitação da defesa foi distribuída para uma das câmaras criminais do TJ.