O lugar sagrado para o treinador da Seleção Brasileira foi o refúgio encontrado por Allysson Bernardes, 35, para não ouvir falar em Copa do Mundo. Apaixonado por ciclismo, pouco antes das 17h desta quinta-feira o engenheiro farroupilhense estava sentado nos degraus de acesso ao Santuário de Caravaggio, com os braços escorados na bicicleta. Aproveitou o dia de pouco movimento devido à estreia do Brasil no Mundial para pedalar de casa até o templo:
- Mas eu vim aqui pra me desassociar da Copa e vocês vão me entrevistar pra falar de Copa? - pergunta, bem humorado.
Embora tenha nascido colorado, Allysson não liga nem um pouco para futebol. Sequer é daqueles que só se empolgam devido à enxurrada de patriotismo dos períodos de Copa do Mundo. Sabe qual foi o último jogo que ele lembra de ter assistido?
- Qual foi aquele que o Baggio errou o pênalti mesmo? Foi aquele - recorda, referindo-se à final do Mundial de 94, em que o Brasil ganhou o tetra.
Além de Allysson, encontrava-se no Santuário o padre Leonel Pergher, que rezou a missa das 17h, e exatos cinco fiéis. Ao contrário do que se pode imaginar, nem todos tão desconectados assim da busca pelo hexa, já que o único carro estacionado em frente à igreja ostentava uma bandeira do Brasil pendurada no vidro traseiro.
- Que nessa Copa do Mundo não haja espaço para rivalidade, apenas para a unidade - alertou em sua homilia o padre, para não dizerem que não falou de Copa.
Enquanto a Seleção estreava
Tem Copa? Para o engenheiro de Farroupilha Allysson Bernardes, não
Ciclista que odeia futebol aproveitou o dia de pouco movimento nas ruas para pedalar até Caravaggio
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