
Carlos Balbinot e Fabrício Zanco sempre gostaram de música. Balbinot toca desde os 12 e Zanco é DJ. Mas foi na produção que se realizaram – e passaram a garantir o sustento. Há 10 anos, estão à frente da Noise Produtora de Áudio, com estúdios em Caxias e Farroupilha.
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— Minha visão mudou em 2006 quando fui morar em Curitiba. Foi lá que decidi que não queria ser músico da noite. Apesar de gostar, queria uma alternativa que não fosse tocar — conta Balbinot.

Por mês, a Noise grava cerca de 100 materiais (entre áudios publicitários, bandas e outros) não só da região, mas de outras cidades do Estado, do país e do mundo. Agora, os guris estão mixando o trabalho de uma banda de Curitiba. Na semana passada, gravaram quatro canções de um músico de Fontoura Xavier (RS). Assim que estiverem prontas, as músicas de Daio Ferrari serão disponibilizadas no YouTube. Até o final do ano, retorna para gravar mais quatro.
Também nos "bastidores", Juliana Pandolfo garante a execução de muitos eventos. Em 2010, criou, com o marido, o músico Beto Scopel, a Tum Tum Produções:

— Viver de música é bem possível, porque faço isso há 10 anos e o Beto há 20 — diz Juliana.
Financiamentos
O enxugamento do Financiarte acabou impactando no mercado da música em Caxias do Sul. Muitos artistas, ao longo dos últimos anos, gravaram álbuns com verbas da prefeitura. Muitos, inclusive, na Noise Produtora.
— É menos músico gravando aqui. É menos produtor entrando em contato. Mas sempre tivemos em mente que não dava para contar só com isso — diz Carlos Balbinot.
Para a produtora Juliana Pandolfo, as mudanças forçam a repensar a forma de utilização do financiamento. Ela acredita que produzir CD como se produzia é jogar dinheiro fora, já que o formato está ficando obsoleto.
Apesar disso, o entendimento é de que o Financiarte é muito importante para a comunidade.
— Os projetos são importantes. Não para mim, mas para a cidade — reforça o músico e produtor Luciano Balen.