Nos últimos anos, uma série de empresas do polo moveleiro de Bento Gonçalves começou a dar os primeiros passos no comércio exterior. Voltada à realização de projetos sob medida para clientes corporativos, a Móveis Delucci é uma das companhias que acabou fazendo sua estreia no mercado internacional em 2018. Desde então, fechou projetos para hotéis no Chile e no Paraguai, que receberam poltronas, cadeiras, mesas e outros itens fabricados na Serra.
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Agora, a empresa realiza contatos para entrar em outros países da América Latina e nos Estados Unidos. No entanto, o sócio da Delucci Edwin Lucci destaca que a intenção não é competir por preço. Neste sentido, a marca pretende se inserir como fornecedora de móveis de alto padrão feitos com madeira.
– A meta é ampliar a exportação, mas não estipulamos uma meta. Queremos estar dentro do mercado porque uma referência acaba puxando a outra – afirma Lucci.
Mesmo que o mercado corporativo privilegie aspectos como design e o tipo de matéria-prima, Lucci reconhece que o dólar na faixa dos R$ 3,80 acaba tornando o produto gaúcho mais competitivo. Além disso, ele lembra que as barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos à China tem favorecido as fábricas de Bento a ganhar espaço no mercado norte-americano, um dos que mais têm crescido.
Diante do contexto internacional favorável, até mesmo empresas com um histórico de exportações passaram a rever a estratégia voltada ao mercado externo. Realizando vendas pontuais para fora do país desde 2005, a Prima Design agora pretende ir um passo além. No passado, a empresa vendeu cadeiras e banquetas para países como Uruguai, Estados Unidos e Panamá. Agora, o objetivo é estabelecer uma base sólida de clientes no mercado latino-americano a longo prazo.
– Ainda não conseguimos consolidar um caminho para exportar. Isso é o que buscamos no momento – enfatiza Cátia Scarton, sócia-proprietária da Prima Design.
Sendo assim, a meta da empresa é, em até dois anos, fazer com que as exportações respondam por 15% do faturamento. A produção atual da fábrica chega a 3 mil cadeiras por mês e, até 2021, a intenção é vender pelo menos 450 unidades mensais para o Exterior. Cátia salienta que exportar traz aprendizados para a marca e representa uma oportunidade para aprimorar os produtos, já que muitas vezes as exigências impostas pelos compradores de fora do país são maiores que as verificadas no mercado nacional.