Vendas de panetones devem crescer cerca de 15% neste ano em Caxias do Sul

Um dos fatores que faz o consumidor perceber que o fim do ano se aproxima é a transformação nas gôndolas dos supermercados. Aves e espumantes, por exemplo, até então expostas em ambientes específicos, ganham espaço nobre. Além deles, um item bem natalino, raramente encontrado em outras épocas, invade os corredores dos estabelecimentos: o panetone. A mistura da massa doce com frutas ou chocolate cai cada vez mais no gosto dos caxienses e, por isso, das cerca de 320 padarias da cidade, mais da metade produz o item, aponta o Sindicato das Indústrias da Alimentação de Caxias do Sul (Sindiali).

Conforme José Cesa Neto, presidente da entidade, as vendas de panetone devem crescer entre 10% e 15% nas padarias neste ano. A projeção nos supermercados chega a superar o índice: segundo estimativa da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a comercialização da iguaria deve aumentar em 16,4% em 2013, o que sinaliza que cerca de 3,9 milhões de unidades de panetones sairão das gôndolas dos supermercados gaúchos entre novembro e dezembro. 

- Apenas as padarias menores, normalmente localizadas em bairros fora da área central, não produzem panetone nessa época. Até porque, nesses casos, a concorrência com supermercados é maior - explica Neto.

O incremento de vendas nas padarias caxienses no final do ano, acredita o dirigente, é de até 40%. Embora não seja o único responsável pelo acréscimo, o panetone é parte essencial desse aumento. Não à toa, o gaúcho é o maior consumidor per capita de panetone do país e deve absorver, projeta a Agas, 12% da produção nacional.

Quando a padaria Rio Branco começou a produzir e vender panetones há cerca de 20 anos, a maioria dos caxienses não fazia ideia do que era a guloseima. Em função disso, as poucas unidades que saíam na época eram comercializadas apenas para os mais curiosos. 

- O método de produção também era bem diferente. Como praticamente não existia internet, pegávamos as receitas de revistas para produzir - conta Pedro Mantovani, proprietário da padaria.

Depois de cerca de cinco anos vendendo panetones dessa forma, chegou ao mercado uma mistura pronta para produzir a delícia. A novidade, lembra Mantovani, criou um padrão para o produto e o difundiu com mais intensidade.

A popularização do panetone, porém, nem sempre é sinal de lucro cada vez maior para as padarias. Como a maioria dos estabelecimentos atualmente produz a iguaria, relata Mantovani, as vendas têm se mantido (com exceção do chocotone, que cresce em comercialização ano a ano).

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