A polêmica envolvendo lojas de móveis planejados que estourou no início deste ano tem refletido negativamente no setor moveleiro da Serra. Na época, um levantamento constatou que o número de queixas contras empresas desse segmento havia mais do que dobrado nos últimos dois anos no país. A maioria das reivindicações dizia respeito à entrega dos produtos, ou seja, o consumidor fazia o projeto da mobília, começava a pagar e os móveis nunca chegavam.
Embora as fábricas da Serra não estivessem envolvidas diretamente nas reclamações nacionais, os impactos respingaram com força também por aqui. Conforme Ivo Cansan, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), algumas fábricas de móveis de Bento estão dando folgas para seus funcionários em alguns dias do mês.
- A demanda diminuiu bastante porque o consumidor ficou um pouco receoso em função desses problemas. O fabricante muitas vezes não tem controle sobre os lojistas e, infelizmente, existem pessoas mal intencionadas que fazem o setor perder um pouco a credibilidiade - destaca.
A Tabone, empresa caxiense que produz, entre outras coisas, puxadores e acabamentos especiais, também decidiu dar folga em duas segundas-feiras para os funcionários em função da diminuição de pedidos. Cansan explica que a medida provavelmente foi tomada porque a Tabone é a maior fornecedora de acessórios do setor moveleiro da Serra. Procurada pela reportagem, a empresa preferiu não se manifestar.
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