“É tipo uma dança”, disse o senhor de uma banca de frutas, na Praça das Feiras, vendo a ação dos bailarinos do Projeto Incorporações, terça-feira à tardinha. Era, sim, tipo uma dança. Tipo um flamenco, uma dança urbana, um flerte com o jazz, um quê de passos de salão, e muito dos procedimentos contemporâneos de trocar informações, fazer do corpo que dança um atravessamento de pensamentos em movimento.
São estas muitas possibilidades que se deve saudar no projeto que integrou intérpretes destas diferentes formações e estilos, buscando trocar em espelho com o outro, incorporar procedimentos e dançar na cartografia da cidade.
Essa possibilidade de tornar o espaço público uma plataforma de produção de arte não é nova, mas neste tropejo tem o viço de articular outros vetores para as muitas coreografias caxienses. E ainda há muito a se incorporar.
Registre-se, também, que a potência deste projeto foi compreendida pela Comissão de Avaliação do Financiarte que o aprovou. Acreditar em ideias que às vezes possam se desenhar frágeis é, sim, apostar no fomento. Há muita dança e muita cidade para dançar.
Dança
3por4: Projeto Incorporações acerta na mistura de gêneros e ocupação das ruas
Proposta de mistura de linguagens teve ações em espaços públicos de Caxias
Carlinhos Santos
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project