Lobão, diria Caetano, tem razão: o rock errou. Ou não. A dubiedade da ironia sobre o ritmo que foi trilha de revoluções comportamentais no Ocidente é uma questão da cena musical contemporânea. Entre a emergência das sonoridades regionais e a força da batida rapper, guitarra, baixo e bateria insistem em se fazer importantes. Eis então, que a banda Hábitos Groove se apresenta mais roqueira do que foi em dez anos com seu novo e quarto disco, Velho Nariz.
A novidade é retrô à eletro-rock anos 1980, com acordes potentes em harmônica dissonância da bateria de Marcon, as guitarras de Naza e Diego Nice Guy e o baixo de Ticho. Aliás, as guitarras dão personalidade às 11 faixas do disco já pulverizado em todas as plataformas streaming.
No todo, pela diferença das partes, festeja-se, sim, que aqui o rock autoral acerta em levantar bandeiras em versos cantados de forma rascante e melódica por Shamila. A alegoria da foto de capa, que mostra o ator Paulo Macedo e seu clown, Montanha, e da letra que dá nome ao trabalho provoca: “até quando vamos ficar aqui sentados com o velho nariz de palhaço?”.
A banda responde que podemos, sim, ser contestatórios, pensar num mundo diferente, e fazer disso um show de rock’n’ roll. Esse da Hábitos Groove está com toda a razão.
Em tempo: dia 5 de agosto, às 18h30min, a Hábitos toca no Rede Janela Futura da UCSTV, com exibição também dia 7, às 23h30min, no Canal Futura.
Lançamento
3por4: Banda Hábitos Groove lança o CD mais roqueiro em seus dez anos
Disco "Velho Nariz" tem clima eletro-rock anos 80 e versos combativos
Carlinhos Santos
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