Por ser dada a abrir caminhos e afrontar corajosamente os obstáculos, a energia do signo de Áries é tradicionalmente associada ao universo masculino. Mas... e as mulheres? Já pensou em como deve ter sido difícil para as arianas de tempos idos seguirem seus naturais impulsos e vontades num mundo desenhado por homens? Um mundo rigorosamente machista, que as condenava a papeis submissos, sem direito à liberdade e à afirmação tão caras ao signo.
No entanto, o mito grego das amazonas também é associado a Áries. Sim, as valentes guerreiras que não se submetiam aos homens são imagens do feminino ariano. Não foi à toa o sucesso recente do filme Mulher Maravilha, sobre uma legítima amazona, no atual contexto de mulheres engajadas na luta por igualdade social. A narrativa agora é outra, e ainda há muito por fazer.
Cheias de garra e ousadia, as arianas que vieram antes brigaram para traçar outros roteiros de expressão. A escritora ariana Lygia Fagundes Telles foi uma dessas guerreiras. Ela lembra da atitude pioneira de cursar Direito em 1941 – uma das raras mulheres entre centenas de homens –, quando teve que ouvir perguntas irônicas como: “O que veio fazer aqui, casar?”. E ela, sem perder o tom: “Casar também, por que não?”.
Naquela época de guerra mundial, enquanto os homens eram mandados ao front e as mulheres tiveram que ocupar os espaços no mercado e nas universidades, os quadrinhos da Mulher Maravilha eram lançados nos Estados Unidos, e Lygia se assumia como escritora, um ofício até então masculino. Nada de poetisa romântica declamadora nos salões, mas uma escritora livre para abordar todos os temas em seus contos. A ariana peitou o desafio e fez a revolução, bem ciente de que “os que vão logo na primeira fila é que levam no peito as primeiras rajadas”.
Se todos temos os 12 signos no íntimo, será mesmo verdade, como afirmou Rita Lee, que “toda mulher é meio Leila Diniz”? O certo é que a atrevida e indomável Leila também era ariana, guerreira de lei. E ela dizia: “Quebro a cara toda hora, mas eu só me arrependo das coisas que não fiz”.
É, convém não provocar uma amazona...