
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul, Renato Corso, recebeu com indignação a decisão do governador Eduardo Leite (PSDB) de manter o comércio da Região Metropolitana da Serra fechado até o final do mês. A principal expectativa do setor é de que o governador recue da decisão e permita flexibilização ou obter na Justiça uma decisão favorável à reabertura. A entidade pretende ingressar contra o decreto do Estado e o do município. Corso argumenta que outros setores já retomaram e, mesmo assim, não houve um aumento maior de casos de coronavírus na cidade. Em entrevista nesta quinta-feira (16) ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra, o presidente da CDL, desabafou:
— Recebemos com muita surpresa a decisão do governador. Aqui abriu tudo, feira do agricultor, lotéricas, restaurantes, salão de beleza. Os bancos têm filas. Farmácia e supermercados abertos e o supermercado vende de tudo e concorre com todos pequenos empreendedores. A gente quer o mesmo entendimento para o comércio.
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A CDL encaminhou aos governantes a previsão de prejuízos dos comerciantes de Caxias que chegaria a R$ 144 milhões com as lojas fechadas até o fim de abril.
— Acho que tem de ter o bom senso do governador de olhar para a Serra Gaúcha. O governador não pode ter o mesmo critério de Caxias com Nova Pádua e nem o mesmo que teve de Porto Alegre com Caxias. Vamos ter desemprego e ele já começou — alerta o comerciante, citando indústrias e hotéis que já demitiram na região.
Segundo o presidente da câmara setorial, a sugestão para a reabertura é abrir o comércio com 30% do quadro de funcionários, colocando uma pessoa na porta controlando a entrada de uma ou duas pessoas por vez e usando máscaras.
— O grupo de risco tem que ficar em casa. Quem não precisa, não vai. É só para quem realmente precisa — defende Corso.
O plano B, caso a pressão do setor para flexibilização não surta efeito, é vender pelas redes sociais, sugere o presidente da CDL.