Por Elton Doeler, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz)
Após um período desafiador por causa das enchentes, a cadeia produtiva do arroz vislumbra uma safra mais promissora. O Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção nacional do grão, tem área de plantio estimada em 948,3 mil hectares para o novo ciclo. A perspectiva de aumento de 5% no cultivo, iniciado em setembro, é fruto de uma construção inédita entre o setor e o governo federal, para fortalecer todos os elos da cadeia, do produtor ao consumidor, passando por indústria e varejo.
Somos reconhecidos mundialmente pela qualidade do nosso arroz: um grão inteiro, translúcido e de alto padrão
Com clima e solo favoráveis, o Brasil está entre os maiores produtores do cereal, liderando fora da Ásia. Somos reconhecidos mundialmente pela qualidade do nosso arroz: um grão inteiro, translúcido e de alto padrão. Temos uma indústria moderna, eficiente e sustentável, e matéria-prima suficiente para atender à demanda nacional e internacional. Tais quesitos nos credenciam a figurar entre os principais players do mercado mundial.
Esse potencial, para ser desenvolvido, precisa dos incentivos certos. Isso passa, inicialmente, pelo reconhecimento do valor do arroz brasileiro, do trabalho no campo em meio a intempéries ao beneficiamento pelas indústrias, com rigor e tecnologia de ponta aplicada. Passa também por políticas públicas que favoreçam o plantio, por melhores condições logísticas e por estabilidade econômica — fator importante quando falamos de competitividade.
A indústria tem se dedicado a oferecer ao país um produto de qualidade com preço justo para toda a cadeia. Precisa, contudo, de um ambiente de negócios seguro, com medidas que influenciem a valorização do real e assegurem previsibilidade ao mercado. Além de ações pontuais, é fundamental a implementação de políticas responsáveis, e de longo prazo, que garantam sustentabilidade ao setor agrícola e a manutenção de emprego e renda às famílias. A partir das pontes estabelecidas, temos a oportunidade de semear o futuro que queremos para o arroz brasileiro — mais próspero e sustentável.