Por Gisele Pessi Legramanti, engenheira bioquímica, responsável técnica pelo biorremediador Enzilimp
A poluição dos corpos d'água é um dos maiores desafios ambientais globais, afetando rios, lagos e oceanos com resíduos industriais, esgoto doméstico e produtos químicos, comprometendo ecossistemas e comunidades. Nesse cenário, os avanços tecnológicos têm desempenhado um papel crucial na busca por soluções eficazes.
Aliadas a políticas públicas eficazes e à conscientização da sociedade, essas inovações podem assegurar um futuro em que a água limpa e saudável seja acessível a todos
Entre as tecnologias mais promissoras está a biorremediação, que utiliza organismos vivos, como bactérias, fungos e plantas, para degradar ou neutralizar contaminantes na água. Essa abordagem sustentável é capaz de tratar poluentes sem gerar subprodutos tóxicos, diferentemente de métodos químicos convencionais. Plantas aquáticas, como a vetiver e a taboa, se destacam na absorção de metais pesados e outros poluentes, auxiliando na limpeza de rios e lagos. Inovações biotecnológicas também têm permitido o descobrimento de novas cepas de micro-organismos, ampliando o alcance da biorremediação para diversos tipos de contaminantes.
Além disso, práticas de impacto ambiental positivo, como a recuperação de áreas degradadas e a criação de zonas de proteção ao longo de rios, são vitais. A implementação de sistemas de wetlands construídas é um exemplo eficaz, simulando zonas úmidas naturais para atuar como filtros biológicos, removendo nutrientes em excesso e contaminantes antes que atinjam os corpos d'água.
Essas iniciativas são essenciais tanto para a recuperação de corpos d'água poluídos quanto para a prevenção de novas contaminações. Integrar soluções como a biorremediação com o manejo sustentável do solo e da água pode gerar benefícios a longo prazo, promovendo a preservação dos recursos hídricos e a saúde dos ecossistemas aquáticos.
A adoção e o desenvolvimento contínuo dessas tecnologias são fundamentais para a sustentabilidade ambiental. Aliadas a políticas públicas eficazes e à conscientização da sociedade, essas inovações podem assegurar um futuro em que a água limpa e saudável seja acessível a todos.