O presidente Michel Temer admitiu, nesta terça-feira (8), em São Paulo, que o governo federal estuda uma alíquota maior para o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). No entanto, o peemedebista afirmou que não há “nada decidido” sobre o tema.
– Há os mais variados estudos que se fazem rotineiramente pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento. Este é um estudo dos que estão sendo feitos, mas nada decidido – disse o presidente, após participar da abertura do 27º Congresso Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Em discurso na abertura do evento, o presidente elogiou as reformas já feitas em sua administração e as que ainda estão em andamento. Ele afirmou que faz um governo reformista, que busca colocar o país nos trilhos.
– Este é um governo reformista, que busca colocar os trilhos no lugar para que quem chegar em 2018 possa apanhar a locomotiva e caminhar com naturalidade – declarou.
Nesta terça, o jornal O Estado de S. Paulo informou que a equipe econômica do governo planeja uma série de medidas tributárias para aumentar a arrecadação em 2018 – com potencial para reforçar o caixa em, pelo menos, R$ 35,5 bilhões. Uma das medidas seria criar uma nova alíquota do IRPF, de 30% ou 35% para pessoas com rendimento acima de R$ 20 mil mensais.
Parlamentarismo
No congresso da Fenabrave, Temer afirmou que o Brasil pode caminhar para a adoção do parlamentarismo como sistema de governo em 2018. Ao dizer que tem muita simpatia pelo sistema, o presidente argumentou que o Brasil já está fazendo “quase um pré-exercício de parlamentarismo”.
Segundo ele, o Poder Legislativo era visto como um apêndice do Poder Executivo e, em seu governo, os dois trabalham juntos.
– Não é improvável que este exemplo que estamos dando possa em breve tempo se converter em um sistema semipresidencialista ou semiparlamentarista. Há de ser um sistema parlamentarista do tipo português ou francês, em que também o presidente da República, sobre ser eleito diretamente, ainda tem uma presença muito ativa no espectro governativo. Se [o parlamentarismo] puder vir em 2018, seria ótimo, mas, se não vier, quem sabe prepara-se para 2022 – disse.