No próximo dia 2 de outubro, simultaneamente às eleições municipais, o movimento “O Sul é o meu País” pretende realizar um plebiscito informal em todos os 1.191 municípios do Sul do Brasil. A cédula terá a seguinte pergunta: “Você gostaria que Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formassem um país independente?”.
Fundado em 1992, em Laguna (SC), o movimento separatista está presente em mais de 900 cidades. Os integrantes do grupo pretendem espalhar 4 mil urnas e alcançar 5% dos votos da região - o equivalente a cerca de um milhão de eleitores.
“Quanto menor o país, mais fácil de administrar. Não temos nada contra os demais cidadãos do Brasil, temos sim contra o Estado brasileiro, que nos trata de maneira desigual”, diz o diretor de Mobilização Estratégica do movimento, Celso Deucher, em entrevista ao Gaúcha Repórter desta terça-feira (26).
Entre as motivações do “O Sul é meu País” estão questões relacionadas à política e à economia, principalmente sobre a forma como os estados são tratados pelo governo federal.
“Queremos comprovar ao Estado brasileiro que no Sul do Brasil existe um povo totalmente descontente com a forma como eles estão levando nosso país adiante”, afirma Deucher.
A proposta do movimento, contudo, é considerada “inconstitucional” pelo comentarista da Rádio Gaúcha Cláudio Brito. Segundo ele, a Lei de Segurança Nacional, ainda em vigor, diz que é crime “tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país independente”.
A posição, no entanto, é rebatida pelo representante do “O Sul é meu País”. “Do nosso ponto de vista, a Constituição Federal não pode tutelar o nascimento de novos países”, afirma.
Questionado sobre qual seria o nome do país independente, Deucher desconversa. “Nosso movimento não prevê nome de país, hino... a função do movimento é garantir que as pessoas possam se expressar”, disse.