Há 15 dias, Porto Alegre se tornou a segunda cidade brasileira que dispõe de um laboratório de genética para análises de crimes federais. O espaço, que foi adaptado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em uma parceria com a universidade, vai permitir que os dados colhidos em cenas de crime não precisem mais serem enviados para análise em Brasília, até então única cidade com esse tipo de laboratório.
O investimento na área do Laboratório de Genética da PUC foi de R$ 1,2 milhão. Desde que foi inaugurado, os seis policiais federais capacitados já analisam o material genético de 19 crimes. Eles trabalham com três equipamentos básicos: robô de extração, avaliação e quantificador de DNA.
"Vamos diminuir pela metade o tempo de resposta dos materiais que antes eram enviados a Brasília", afirma o responsável pelo Grupo de Perícias em Genética Forense da Polícia Federal gaúcha, Eduardo Ávila.
Os crimes comumente investigados em solo gaúcho, que necessitam de análise genética são referentes a assaltos contra o patrimônio público federal. Nesses locais, são recolhidas tecido epitelial que podem identificar os autores dos ataques.
Hoje, o Rio Grande do Sul é responsável pela análise de um quarto dos DNAs do Brasil. O laboratório também vai avaliar material genético da Polícia Federal de Santa Catarina e Paraná.
Sobre a comparação com o seriado norte-americano, chamado de CSI, Ávila identifica semelhanças com o trabalho realizado tanto pela Polícia Federal quanto pelo Instituto Geral de Perícias. Porém, ressalta que o prazo de resposta apresentado na TV e interligação de bancos de dados complexos não é realidade, nem mesmo nos Estados Unidos.