Pesquisadores franceses descobriram um sarcófago reenterrado da era do Império Médio em Luxor, no Egito, como parte de pesquisas realizadas após a descoberta, em 2018 e 2019, de cinco sarcófagos no mesmo local, informou um membro da equipe neste domingo (29).
A descoberta ocorreu em 16 de dezembro, quase no final de uma missão arqueológica de dois meses, confirmou à AFP Frédéric Colin, diretor do Instituto de Egiptologia da Universidade de Estrasburgo, no leste da França.
O egiptólogo, que participou da missão, considera a descoberta "notável" em todos os sentidos:
— Esclarece uma importante questão antropológica: como os habitantes do Antigo Egito se comportaram com os corpos mumificados e os túmulos de seus ancestrais quando descobriram sarcófagos antigos e tiveram que movê-los devido a grandes reformas públicas.
O sarcófago descoberto foi enterrado novamente, assim como os cinco sarcófagos descobertos em Luxor em 2018 e 2019.
Esta missão arqueológica mais recente foi organizada para "compreender melhor a natureza e o significado das descobertas de 2018 e 2019", disse Colin.
As equipes tentavam descobrir "se estes cinco sarcófagos constituíam um túmulo isolado ou faziam parte de um conjunto maior e mais sistemático de exumações", acrescentou.
Acrescentou que durante seis meses foram estudadas várias camadas de terra com mais de oito metros, estratificadas e acumuladas ao longo de mais de 3 mil anos e realizadas "três escavações arqueológicas".
— E o início da resposta às nossas perguntas surge no último dia da terceira campanha de escavação, quando o sarcófago foi descoberto — observou.
Os pesquisadores apenas "tocaram a camada de terra em que o sarcófago estava localizado. A escavação continuará quando a próxima campanha começar, em outubro de 2025", disse Colin.
O sarcófago, da era do Império Médio (final do século 21 e século 18 a.C), foi "preservado em um baú de madeira feito sob medida".
O seu conteúdo será estudado em 2025 "em colaboração com arqueoantropólogos (arqueólogos especializados na escavação de corpos humanos), modelando todas as etapas da pesquisa em 3D, como a equipe tem feito desde 2018".