O chefe da diplomacia europeia, o espanhol Josep Borrell, alertou, nesta segunda-feira (30), que uma nova intervenção militar no Líbano "agravaria dramaticamente a situação" nesse país e, portanto, "deve ser evitada".
"É necessário garantir a soberania tanto de Israel quanto do Líbano. Qualquer nova intervenção militar agravaria dramaticamente a situação. E deve ser evitada", afirmou Borrell ao final de uma reunião de emergência entre os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE).
Borrell, que está no México para participar das cerimônias de transferência do cargo presidencial, convocou uma reunião extraordinária por videoconferência para discutir a situação no Líbano.
"Exorto a respeitar o direito internacional humanitário em todas as circunstâncias. Agora é o momento de silenciar as armas, e a voz da diplomacia deve falar e ser ouvida por todos", disse.
"Estamos muito preocupados com o risco de uma maior escalada do conflito na região. Exorto todas as partes da região a mostrarem moderação", diz a declaração conjunta lida por Borrell.
Os países da União Europeia buscam há vários meses uma posição comum sobre a violência que abala a região do Oriente Médio.
Israel realizou nesta segunda seu primeiro ataque no centro de Beirute, a capital do Líbano, desde o início da guerra na Faixa de Gaza contra o movimento islamista palestino Hamas, em 7 de outubro, após um ataque de militantes desse grupo em território israelense.
Nos últimos dias, porém, Israel mudou o foco do conflito de Gaza para o Líbano, com bombardeios contra alvos do grupo islamista Hezbollah, aliado do Hamas, que na sexta-feira tiraram a vida do líder do movimento pró-Irã, Hassan Nasrallah.
Essa escalada militar gera temores de uma guerra total na região.
Os bombardeios israelenses mataram mais de 700 pessoas em uma semana, incluindo 14 paramédicos, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, afirmou nesta segunda-feira que cerca de 100 mil pessoas fugiram do Líbano para a Síria devido aos bombardeios israelenses, após ter relatado metade desse número há apenas dois dias.
* AFP