Cuba estimou, nesta quinta-feira (12), em mais de 5 bilhões de dólares o impacto do embargo norte-americano sobre a economia da ilha em um ano, e considerou que o "honesto e responsável" que Joe Biden poderia fazer no final de sua administração seria aliviar essas sanções.
"A única coisa honesta, responsável e séria que o atual inquilino da Casa Branca poderia fazer seria modificar, no período que lhe resta de mandato, as políticas de bloqueio que herdou anteriormente, mas que aplicou de maneira intensa" durante sua Presidência, disse em coletiva de imprensa o chanceler Bruno Rodríguez.
O chefe da diplomacia cubana se referia ao endurecimento das sanções implementado por Donald Trump durante seu mandato (2017-2021), que seu sucessor Joe Biden mudou pouco.
Na declaração, o ministro voltou a denunciar a "infame" reincorporação de Cuba à lista de nações que apoiam o terrorismo, nos últimos dias do mandato de Trump.
Rodríguez apontou que "de 1º de março de 2023 até 29 de fevereiro deste ano, o bloqueio causou danos e prejuízos materiais a Cuba na ordem de 5,056 bilhões de dólares" (R$ 28,55 bilhões na cotação atual).
Essa cifra representa um aumento de US$ 189,8 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) em relação ao relatório anterior, continuou o ministro, acrescentando que o dano acumulado durante seis décadas "ascende a 164,141 bilhões de dólares" (R$ 918,17 bilhões).
"Estima-se que, se não houvesse o bloqueio, o PIB de Cuba a preços correntes poderia ter crescido cerca de 8% em 2023", em contraste com a contração de 2% que foi registrada.
Há mais de quatro anos, a ilha comunista está mergulhada em sua pior crise econômica desde a queda do bloco soviético, há três décadas, e a população enfrenta frequentes cortes de energia, escassez de todos os tipos de bens e uma emigração sem precedentes.
Todos os anos, desde 1992, Cuba apresenta à ONU um projeto de resolução pedindo o fim do embargo, imposto em plena Guerra Fria pelo presidente John F. Kennedy em 1962. Em 2023, 187 países votaram a favor da resolução, enquanto Estados Unidos e Israel votaram contra. A Ucrânia se absteve.
* AFP