O Comitê de Investigação da Rússia anunciou neste sábado (23) que o número de mortos no atentado à casa de shows Crocus City Hall, na região de Moscou, subiu para 133 — o balanço anterior, do começo da manhã, indicava 115 vítimas. O ataque, que aconteceu na noite de noite de sexta-feira (22), deixou ainda dezenas de pessoas feridas.
Segundo relatos das autoridades, ao menos cinco homens armados invadiram o local no momento em que a banda Piknik se preparava para a apresentação que faria em seguida.
O governo russo afirmou neste sábado que 11 pessoas foram presas após o ataque. O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) acredita que entre os detidos estão quatro supostos atiradores, segundo o Kremlin.
A agência de notícias Tass informou que os suspeitos foram capturados após uma perseguição de carro que se estendeu por cerca de 350 km do local do atentado. Dentro do veículo, as autoridades teriam encontrado armas e passaportes do Tadjiquistão.
Estado Islâmico assume autoria
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque a tiros seguido de incêndio ocorrido nesta sexta-feira (22) em uma casa de espetáculos em Moscou, capital da Rússia.
O Estado Islâmico, que no passado atacou diversas vezes a Rússia, afirmou pelo Telegram que combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração [...] nos arredores da capital russa, Moscou". O grupo jihadista acrescentou que, após o ataque, seu comando retornou à base em segurança.
O ataque
A tragédia, classificada como "um atentado terrorista sangrento" pelo Ministério das Relações Exteriores russo, aconteceu dentro de um auditório em Krasnogorsk, subúrbio no noroeste da capital.
O ataque ocorreu pouco antes de um show da banda de rock russa Piknik, cujos membros foram evacuados, disse a agência de notícias Tass.
Os serviços de resgate, citados pela agência Interfax, relataram um "grupo de duas a cinco pessoas não identificadas, com uniformes de combate e armas automáticas", que "abriram fogo contra os agentes de segurança na entrada da casa de shows" e antes de "começar a atirar contra o público".
Segundo o Ministério de Situações de Emergência, os bombeiros conseguiram evacuar uma centena de pessoas que estavam no porão do local. Os serviços de emergência indicaram ter conseguido controlar as chamas, mas por volta da 1h local (20h de Brasília), o incêndio ainda estava ativo, segundo o Ministério de Situações de Emergência.
O presidente russo, Vladimir Putin, está sendo informado do ataque em tempo real, disse seu porta-voz, Dmitri Peskov.
Ucrânia nega envolvimento
A Ucrânia, confrontada desde 2022 a uma intervenção militar russa, garantiu que não tem "absolutamente nada a ver" com o ataque.
A Legião da Liberdade da Rússia, um grupo de combatentes russos antigovernamentais baseado na Ucrânia, também negou qualquer envolvimento. Nos últimos dias, esse grupo tem realizado incursões armadas em regiões fronteiriças russas, que também foram alvo de bombardeios.
Os serviços de inteligência militar ucranianos acusaram, por sua vez, o próprio Kremlin e seus serviços especiais de estarem por trás da agressão. O "objetivo é justificar bombardeios ainda mais potentes contra a Ucrânia e uma mobilização total na Rússia", asseguraram.
Há duas semanas, a embaixada dos Estados Unidos na Rússia havia alertado seus cidadãos sobre planos "iminentes" de "extremistas" para "atacar grandes concentrações em Moscou, incluindo shows".