O Parlamento turco iniciou, nesta terça-feira (23), a sessão em que deve submeter à votação o projeto de adesão da Suécia à Otan, após mais de um ano de negociações que colocaram tensão nas relações entre Ancara e seus aliados ocidentais.
A Turquia é, juntamente com a Hungria, o último dos 31 membros da OTAN que ainda não ratificou a entrada da Suécia na aliança.
Durante a sessão, espera-se que os deputados aprovem a candidatura da Suécia por uma maioria esmagadora, especialmente após o apoio público do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O principal aliado de Erdogan, Devlet Bahçeli, graças ao qual o chefe de Estado possui maioria absoluta no Parlamento, assegurou que seus deputados votarão a favor da adesão.
A ratificação da Turquia deixaria a Hungria como o último país a bloquear a entrada do Estado nórdico. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, convidou nesta terça-feira seu homólogo sueco para ir a Budapeste para que ambos tentem resolver suas diferenças.
O ministro sueco das Relações Exteriores afirmou, no entanto, que seu país não tinha "nenhuma razão" para negociar com a Hungria.
"Na Cúpula de Madri do ano passado, a Hungria concedeu à Suécia o status de convidado" com o objetivo de se juntar à Otan, sem levantar objeções, disse Tobias Billström à imprensa. "Portanto, não vejo motivo para negociar hoje", acrescentou.
Estocolmo apresentou sua candidatura pouco depois do início da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, ao mesmo tempo que a vizinha Finlândia, que foi admitida em abril passado.
Neste período, a Turquia acusou a Suécia de abrigar militantes de movimentos curdos qualificados como "terroristas" por Ancara. Diante da pressão turca, a Suécia reformou sua Constituição e adotou uma nova lei antiterrorista.
Em dezembro, Erdogan acrescentou uma última condição: a aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos da venda de caças F-16 para a Turquia.
A entrada de um novo país na Aliança Atlântica deve ser ratificada pelo conjunto de seus membros antes de ser efetiva.
* AFP